Uma das grandes dificuldades com que as equipas de socorro se deparam frequentemente em ações de desencarceramento é a dificuldade em saber onde “cortar” a viatura.
Os 10 minutos necessários até há pouco tempo atrás para abrir um automóvel e retirar um ferido são agora muitos mais com os automóveis de última geração, já que é preciso ter muita informação para o poder fazer de forma segura: onde se encontram os componentes de alta tensão, as cargas dos airbags, que tipo de combustível utiliza a viatura, quais os melhores pontos de corte da carroceria.
O tempo é de ouro quando se trata de resgatar um ferido grave encarcerado num automóvel. Uns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
1 -O que é a ficha de segurança
A Ficha de Segurança é uma folha com informação técnica para as equipas de socorro na intervenção em acidentes rodoviários.
Tem um formato standard e é válida para toda a Europa.
Permite ganhar tempo e segurança na prestação de socorro a vítimas encarceradas.
2 - Taxa de mortalidade em acidentes rodoviários por tempo decorrido
1ª Fase: As mortes que ocorrem durante os primeiros minutos após o acidente são, na sua maioria, impossíveis de evitar. Representam 10% do total de mortes e ocorrem devido a lesões graves. Apenas podem ser reduzidas através de uma adequada prevenção rodoviária.
2ª Fase: As mortes que ocorrem nas primeiras horas após o acidente representam 75% do total. Esta é a fase em que se pode salvar vidas com a prestação do socorro adequado, de forma rápida e segura. O factor mais importante para a sobrevivência das vítimas é o período de tempo (”GOLDEN HOUR”) entre a ocorrência do acidente e o início da prestação dos cuidados de emergência adequados.
3ª Fase: Decorre nas semanas seguintes ao acidente e representa 15% das mortes, devido a complicações posteriores ao socorro inicial. São necessários muitos esforços e recursos para reduzir a mortalidade nesta fase.
3 -Principais problemas do desencarceramento
A crescente inovação tecnológica na construção dos veículos dificulta o trabalho das equipas de socorro (diferentes tipos de combustível, airbags, materiais de construção, etc.).
40% dos desencarceramentos em veículos com 20 anos concretiza-se até 50 minutos. Já nos veículos fabricados há 5 anos, esse tempo é superior a 1 hora.
Para as equipas de socorro é fundamental conhecer a marca, o modelo e o ano de fabrico do veículo para compreenderem os detalhes técnicos que afetam o desencarceramento.
Em 25% dos desencarceramentos não se identifica ou identifica-se mal o fabricante, em 45% o modelo e em 65% o ano de fabrico.
Cerca de 63% dos problemas com que se deparam as equipas de socorro podem resolver-se mais rapidamente com a Ficha de Segurança (identificar o veículo, sistemas de segurança passiva e a extracção da vítima).
4 - Campanha ACP para o uso da ficha de segurança
Apelar e sensibilizar os condutores para colocarem a Ficha de Segurança no interior de cada veículo;
A Ficha de Segurança tem um formato standard, fácil de interpretar por qualquer equipa de socorro;
Onde conseguir a Ficha de Segurança?
Internet: http://www.acp.pt/ficha-de-seguranca/descarregue-a-sua-ficha Delegações do ACP
5 - Como se coloca a Ficha de segurança?
Imprima em formato A4 a Ficha de Segurança do veículo (marca, modelo e ano exato de fabrico);
Dobre a Ficha em 3 e coloque-a na pala do automóvel no lado do condutor;
Cole o autocolante identificativo no vidro do automóvel, de forma a que, em caso de emergência, as equipas de resgate saibam que dispõe desta informação.
Porque?
Uns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte.