sábado, 10 de novembro de 2012

Detenções pelo crime de incêndio florestal aumentam mais de dois terços este ano

Oitenta e oito pessoas foram detidas este ano pelo crime de incêndio florestais, representando um aumento de mais de dois terços em relação a 2011, foi hoje anunciado durante a cerimónia de balanço da época de fogos. Segundo os dados revelados, a Polícia Judiciária deteve 58 pessoas e a GNR realizou 30 detenções em flagrante delito, totalizando 88, mais 69% do que em 2011, quando foram detidas 52 pelo crime de incêndio florestal. Este ano foram ainda elaborados 1.298 inquéritos por crime de incêndio florestal. Na cerimónia, o adjunto do comando operacional da GNR, major general Rui Moura, adiantou que a corporação identificou 1.010 suspeitos de atear incêndios florestais, mais 587 do que em 2011, tendo também aumentado de 3.700 para 5.799, o número de contra ordenações. De acordo com Rui Moura, a maioria dos fogos em floresta tem origem negligente (48 por cento), seguindo-se causas desconhecidas (27 por cento) e intencionais (18 por cento). Segundo a avaliação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), que hoje foi feita em Lisboa, a área ardida aumentou 55 por cento e as ocorrências de fogo diminuíram cinco por cento este ano em relação a 2011. Os dados referem que, entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro, se registaram 20.969 ocorrências de fogo, menos 1.234 do que no mesmo período do ano passado, quando deflagraram 22.203. Já a área ardida aumentou 55 por cento, tendo os 20.969 incêndios consumido 105.016 hectares de floresta, enquanto em 2011 arderam 67.594 hectares. O maior fogo de 2012 teve início a 18 de Julho, no distrito de Faro, e afectou 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 20% da área florestal ardida este ano. Outros fogos com mais área florestal ardida ocorreram no início do mês de Setembro, e deflagraram nos concelhos de Ourém (4.130 hectares), Seia (2.480) e Viseu (2.000). De acordo com os dados provisórios, o maior número de ocorrências verificou-se este ano no distrito do Porto, com 4.794 registos, enquanto o distrito de Faro é o que apresenta maior área ardida (22.181 hectares), sendo que 97% resulta do incêndio de Tavira. Os incêndios florestais consumiram ainda, nos distritos de Viseu e Bragança, 11.880 e 13.406 hectares de floresta, respectivamente. Portugal Continental esteve, em grande parte do período de Janeiro a Abril, em situação de seca, o que contribuiu, em parte, para os elevados valores do número de ocorrências e área ardida, registados nesses meses. No entanto, foi no mês de Setembro que se registou o maior número de ocorrências e de área ardida. Na cerimónia, que decorreu no Laboratório Nacional de Engenharia de Civil (LNEC), estiveram presentes os ministros da Administração Interna, Miguel Macedo, e da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas. Fonte:dnoticias.pt