quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Miguel Macedo reitera confiança na Protecção Civil

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, reiterou hoje, em Boticas, a confiança na Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), referindo que o segundo relatório, pedido a uma entidade independente, não tenciona ser um “contra-relatório”.

O governante afirmou hoje que o segundo relatório, pedido a uma entidade independente, sobre os incêndios que lavraram no Algarve, em Julho, não descredibiliza a ANPC, porque não se trata de fazer uma avaliação política, mas sim uma avaliação técnica. 

 No despacho que determina a realização do segundo relatório, o ministro determina que a avaliação “agora solicitada incida sobre todos os aspectos daquela ocorrência e formule recomendações e eventuais medidas correctivas a adoptar no futuro”. “Eu entendi, depois de ler o relatório da protecção civil durante o fim-de-semana, que fazia sentido aproveitar estruturas conhecedoras deste tipo de realidades para aprofundar alguns aspectos contidos no documento”, explicou o ministro à margem da inauguração do Centro Europeu de Documentação e Interpretação de Escultura Castreja (CEDIEC), em Boticas. Miguel Macedo explicou ainda que o pedido do segundo relatório não se deve apenas a uma vontade exclusiva do ministro da Administração Interna, tendo sido feito “por causa do país”. “O país pode vir a ganhar com o conhecimento mais profundo do que correu mal nos incêndios do Algarve para que, no futuro, as coisas decorram de forma completamente diferente”, referiu o ministro da Administração Interna. 

 Contudo, o dirigente político reitera a confiança na ANPC realçando que, quando não existir confiança por alguma razão ou entender que as coisas não estão como devem estar, tomará uma decisão e mudará a situação. “Um ministro não é comentador ou jornalista, pelo que aquilo que diz deve ter consequências e, no imediato, por isso, não posso fazer especulações sobre este tema, sobretudo, quando está em causa a protecção civil”, frisou. Os responsáveis, acrescentou, estão no comando há muito tempo e “enquanto lá estiveram terão toda a minha confiança”, garantiu. Miguel Macedo referiu não ser “futurologista” e, assim, não poder adivinhar o que vai ou não acontecer na ANPC, depois de conhecidas as conclusões do segundo relatório, previstas para finais de Setembro. Por isso, realçou, não quero um “contra-relatório” da ANPC, porque esse contém informação “muito valiosa e útil”. O governante social-democrata adiantou que prefere ir prestar esclarecimentos ao parlamento, aos “senhores deputados” depois de ter as conclusões do segundo relatório, para que a discussão seja “mais informada e profunda”. “Mas, se o entendimento do parlamento for outro, irei antes. Nunca ninguém me acusou de não ter ido à Assembleia da República”, disse.

 O ministro da tutela relembrou que o incêndio no Algarve teve quatro frentes activas a lavrar em conjunto, e que atingiu uma extensão cujo perímetro ascendeu aos 76 quilómetros. Além disso, realçou que estiveram envolvidos 2700 bombeiros, 17 meios aéreos, muita maquinaria e muitas viaturas. O segundo relatório, concluiu Miguel Macedo, fará com que, no futuro, estejamos melhor preparados enquanto país. Fonte: Público