terça-feira, 2 de outubro de 2012

Relatório aponta falta de meios e falhas do comando nos incêndios do Algarve

O relatório independente sobre os incêndios de julho no Algarve concluiu que houve falta de meios de combate e de aceiros, bem como falhas do comando na percepão da localização do fogo e na previsão da evolução das chamas. 

A informação foi prestada à agência Lusa pelo autor do documento, o investigador Domingos Xavier Viegas, responsável pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Lousã.

A avaliação, elaborada a pedido do ministro da tutela, Miguel Macedo, foi hoje, ao final da tarde, entregue no Ministério da Administração Interna, em Lisboa. 

À agência Lusa, o investigador referiu que a insuficiência de meios de combate - bombeiros e viaturas - associada à ocorrência simultânea de vários focos de incêndio contribuiu para o alastramento das chamas. Domingos Xavier Viegas apontou ainda avarias nos aviões, falta de aceiros, dificuldade de perceção do sistema de comando da localização do fogo e falha na previsão da sua evolução.

Entre as várias recomendações propostas, Domingos Xavier Viegas destacou o uso de ferramentas de suporte para avaliar o comportamento do fogo e a preparação das populações para se precaverem das chamas, nomeadamente através de formação e equipamentos. 

Os incêndios que atingiram a Serra do Caldeirão, entre Tavira e São Brás de Alportel, de 18 a 21 de julho, queimaram uma área aproximada de 24 mil hectares, sobretudo espaços florestais, de acordo com a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC). 

O relatório independente foi pedido em agosto pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que alegou que a avaliação da ANPC não apresentava «recomendações, nem eventuais medidas corretivas a adotar em ocorrências similares». 

Fonte: Diário Digital com Lusa