O deputado social-democrata eleito por Vila Real, Ricardo Martins, enviou no passado dia 24 de Setembro um requerimento à ministra da Saúde, Ana Jorge. Nesse documento é posto em causa o funcionamento das viaturas médicas de emergência rápida (VMER’s) e é dito, inclusivamente, que este serviço tem sido “uma situação de constante inoperacionalidade”. Para Ricardo Martins, deve ser dada uma “atenção especial e uma enérgica acção que se traduza num funcionamento eficaz deste importante instrumento de intervenção pré-hospitalar”. “Quando o Governo encerrou os serviços de saúde, a urgência do Hospital da Régua e três Serviços de Atendimento Permanente no nosso distrito comprometeu-se com o reforço da resposta pré-hospitalar. Uma dessas respostas era a colocação das VMER’s. Hoje há VMER’s espalhadas um pouco por todo o país, mas depois sabe-se pela comunicação social que elas não funcionam”, desabafou. O deputado laranja explicou ainda que estes serviços de apoio a doentes urgentes não funcionam porque “ o Governo prometeu uma coisa que sabia que não estava nas nãos dele cumprir”, isto porque “as VMER’s e a sua operacionalidade não são da sua responsabilidade”. “O Governo, através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), compra a ambulância e dá formação aos médicos e enfermeiros. Mas, depois, quem tem que assegurar o serviço são os médicos e enfermeiros dos quadros dos hospitais. Nós sabemos, nomeadamente no interior, que há muita falta de médicos”, acrescentou. Ricardo Martins defende que uma das hipóteses para solucionar ou minimizar esta situação poderá passar “pela criação de um quadro próprio de médicos das VMER’s”, como forma de responder ao “compromisso feito com as populações em que, pela troca do encerramento de urgências, se iria disponibilizar e fazer um reforço dos meios de veículos de intervenção pré-hospitalar”. O deputado social-democrata recordou ainda que, já na altura em que estas medidas avançaram, tinha afirmado que “trocar um serviço de urgências por uma ambulância se tratava de um mau negócio e que, infelizmente, o resultado está à vista, com demasiada frequência, a dar conta da inoperacionalidade das VMER’s por falta de médicos”. Ricardo Martins sublinhou que “a resposta dada às populações devia ser outra, com mais serviços de proximidade”, o que o leva ainda a dizer que aqueles serviços de urgência que foram encerrados deveriam ser agora reabertos. Em relação a este assunto, a Ministra da Saúde, Ana Jorge já se pronunciou, na deslocação que fez na passada quarta-feira a Alijó. À margem da inauguração da Unidade de Cuidados Continuados desta localidade, a ministra que tutela a pasta da saúde esclareceu que “neste momento estamos muito atentos, bem como o INEM em colaboração com os profissionais de saúde, tentando colmatar essas dificuldades. O trabalho na VMER é exigente, implica preparação, idades definidas, pelo que temos que tentar colmatar essas necessidades”.
Fonte: Mensageiro Notícias
