domingo, 29 de novembro de 2009

Falta de diálogo com os bombeiros de Macedo pesa nos cofres da autarquia

Abastecimento de água custou à Câmara Municipal 19 mil euros
Para o vereador da Câmara o importante foi assegurar o abastecimento às populações.
O valor pago pelo abastecimento de água a sete povoações do concelho no Verão passado, através de carros cisternas dos bombeiros de Mirandela e de Torre de D. Chama, continua a causar alguma polémica em Macedo de Cavaleiros. Além da questão dos 82 mil euros destinados a Talhas, retirados do Plano e Orçamento deste ano, avançada na semana passada pelo Semanário TRANSMONTANO, aquela será uma das matérias mais quentes a ser discutidas na próxima reunião da Assembleia Municipal.
O abastecimento de água durante o Verão passado às aldeias de Argana, Espadanedo, Lamalonga, Murçós, Vale Benfeito, Vila Nova da Rainha e Vilar do Monte, do concelho de Macedo de Cavaleiros, foi feito através de carros cisternas dos bombeiros de Mirandela e de Torre de D. Chama. E custou à autarquia 19 mil euros. O valor foi divulgado por um macedense que não se conforma com a decisão da autarquia e põe mesmo em causa a sua legalidade. “Uma associação de bombeiros não é nenhuma entidade empresarial de prestação de serviços, não podendo, por isso, reclamar qualquer retribuição financeira pela execução dos mesmos. Essa tarefa cabe às empresas que operam naquela área de transportes”, defendeu, ao Semanário TRANSMONTANO, o cidadão, que prefere manter o anonimato. Instado a pronunciar-se sobre esta questão, o vereador Carlos Barroso foi parco em palavras. “As populações que precisaram de água durante o período de seca, tiveram-na”, respondeu apenas.
A entrega do serviço às corporações vizinhas por parte da autarquia terá sido uma consequência directa do braço de ferro que existe entre a Câmara Municipal e os bombeiros locais. No ano passado, apesar das divergências já existentes, o mesmo abastecimento foi feito através do carro cisterna dos bombeiros de Macedo. Só que então o serviço foi gratuito porque a autarquia dispensou à corporação os três operadores de máquinas especiais para conduzir o carro cisterna, como vinha sucedendo nos dez anos anteriores, situação que não sucedeu no Verão passado.
Na origem do desentendimento, por parte dos bombeiros, parece estar a circunstância da autarquia não ter aderido à proposta do Governo para a formação das Equipas de Intervenção Permanente; pela parte da Câmara Municipal, tudo indica que seja o facto de os bombeiros continuarem a insistir que ainda não estão satisfeitas as condições que os mesmos consideram “imprescindíveis” para fazerem a mudança para o novo quartel. Facto é que a falta de diálogo que resulta destas posições, aparentemente irredutíveis, pode prejudicar o entendimento para resolver situações que poderão revelar-se cruciais no Inverno que se avizinha.
De resto, além da questão dos 82 mil euros destinados a Talhas, retirados do Plano e Orçamento deste ano, avançada na semana passada pelo Semanário TRANSMONTANO, esta questão será uma das matérias mais quentes a ser discutidas na próxima reunião da Assembleia Municipal.


Fonte: Semanário Transmontano