sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Videovigilância é alternativa às torres de vigia

Governadores civis da Região Norte reuniram-se com CCDR-N para debater novas estratégias

Câmaras de videovigilância poderão ser uma alternativa às actuais torres de vigia da floresta no combate aos incêndios. A solução foi debatida ontem, quinta-feira, pelos governadores civis do Norte, que se reuniram em Vila Real com responsáveis da CCDR-N.

O encontro serviu para discutir o futuro da Protecção Civil na região, nomeadamente ao nível da melhoria da coordenação entre meios, adopção de novos mecanismos e reforço de equipamento. Para tal, ficou garantido financiamento comunitário através do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Uma das propostas, e que segundo o governador civil de Braga, Fernando Moniz, é vista com bons olhos pela CCDR-N, é a implementação de um sistema de videovigilância como forma de prevenir incêndios florestais. Disse que "o futuro passa por aí", já que os postos de vigia espalhados pela floresta "detectam uma parte muito pouco significativa dos incêndios que ocorrem e, portanto, não são eficazes". Por outro lado, acredita que se houver uma actuação forte ao nível da videovigilância, "evitar-se-ão muitos incêndios e serão poupados muitos milhões de euros".

A governadora civil do Porto, Isabel Santos, adiantou que no seu distrito já há experiências de videovigilância na área florestal e que este ano serão experimentadas outras técnicas de vigilância. "Vamos aguardar resultados de observação das diversas técnicas para depois tomar opções".

Porém, o financiamento comunitário de projectos de videovigilância terá de ficar para uma segunda fase. A prioridade é o reequipamento dos bombeiros, dotando-os de melhores condições de combate a fogos florestais e incêndios urbanos. "É fundamental porque estamos a falar da vida dos bombeiros, que por vezes sofrem acidentes, devido à falta de fatos especiais", justifica Fernando Moniz.

A governadora civil do Porto destacou ainda a utilização em câmaras do distrito do Porto de um sistema informático de georreferenciação, que permita identificar todos os pontos de risco e que "facilita a intervenção". Só que agora é preciso "amplificar este recurso pois a plataforma já não dá resposta às necessidades". Ontem, em Vila Real, ficaram garantidos recursos financeiros para o efeito e para estender o sistema aos outros distritos com base nas experiências já feitas no Porto. Da reunião também saiu a garantia de "melhor coordenação" entre os planos municipais, intermunicipais e distritais de Protecção Civil. Processo que também será apoiado através do QREN. Com esta articulação de meios, ganha-se "maior eficácia e maior eficiência da prevenção, avaliação de riscos e planificação da intervenção".
Fonte: JN