segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Acidentes matam dois caçadores transmontanos

Foi uma manhã trágica para a caça em Trás-os-Montes: dois caçadores morreram vítimas de disparos acidentais. Em Vila Real, faleceu um homem de 63 anos; em Vidago, Chaves, um homem de 34 anos prestes a ser pai.
Domingo, em Trás-os-Montes, principalmente no período da manhã, a caça é rainha, mas são cada vez mais o número de acidentes com armas de fogo que roubam a vida aos praticantes desta modalidade desportiva: só desde Junho contam-se cinco mortes, o que preocupa a Federação de Caçadores e Proprietários (ler texto em baixo).
Ontem, um das tragédias ocorreu na localidade de Vila Verde de Oura, em Vidago, Chaves: José Carlos Salgado, de 34 anos, morreu vítima de um disparo acidental da arma do seu melhor amigo, Agostinho Pesqueira. Tal como acontecia todos os domingos em época de caça, o dia tinha começado cedo para os dois amigos. Pouco depois das 9.30 horas, depois de um deles ter dado uma queda, decidiram pôr fim à jornada e foi nesse momento que o acidente aconteceu.
João e o seu amigo de sempre estavam a guardar as armas, mas quando Agostinho metia a sua espingarda no saco, esta disparou-se e atingiu João na cabeça, junto ao maxilar direito. Em pânico, Agostinho accionou o socorro e de imediato foram para o local os Bombeiros de Vidago, que ainda iniciaram manobras de reanimação, enquanto esperavam a chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Chaves, que se limitou a certificar o óbito.
Além de serem da mesma localidade (Vila Verde de Oura), os dois homens eram amigos de infância e, desde que João regressou de Andorra, onde foi emigrante, tornaram-se inseparáveis. O drama foi ainda maior porque João Salgado, casado, deveria ser pai pela primeira vez ainda este mês.
Sensivelmente à mesma hora, em Nogueira, Vila Real, um disparo acidental vitimou Armando dos Santos, 63 anos, que caçava sozinho numa zona de mato muito acidentada junto à Quinta da Parapomba, na freguesia de Nogueira, no mesmo concelho.
"Todas as hipóteses estão em cima da mesa, mas tudo indica que a arma se tenha disparado acidentalmente", disse, ao JN, o tenente Eduardo Lima, da GNR de Vila Real. O acidente terá ocorrido quando o homem descia uma parede, com o tiro a atingi-lo no abdómen. "O meu tio tinha um grande buraco na barriga e deve ter-se esvaído em sangue", presumiu a sobrinha Angelina Pires, após ter ido apresentar condolências à viúva, Alcina Pires, cuja residência em Penelas se encheu de populares que lamentavam o "dia de azar" do caçador experiente. Os três filhos, emigrados no Luxemburgo e na Suíça, regressaram de imediato à terra.
Fonte: JN