segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Diabetes Mellitus


A Diabetes Mellitus (DM) compreende um grupo de alterações metabólicas que resultam em hiperglicemia. A DM pode ser classificada em Tipo 1 que se caracteriza por uma deficiência de produção de insulina, e Tipo 2 que se caracteriza por resistência à acção da insulina. Existem ainda causas secundárias de diabetes como sejam efeitos laterais de fármacos ou doenças do pâncreas exócrino como a pancreatite.
A DM Tipo 1 é mais frequente em indivíduos jovens e não responde aos antidiabéticos orais requerendo por isso a administração de insulina. A Tipo 2 é mais frequente após os 30 anos, associando-se aos hábitos alimentares e à obesidade. A terapêutica inicial faz-se com antidiabéticos orais mas pode haver necessidade de recurso a insulina para o controle adequado da doença. O conceito de DM insulino tratada não tem por isso relação directa com a classificação em Tipo 1 e Tipo 2.
Consideram-se valores normais de glicemia em jejum (embora possam variar ligeiramente em função do laboratório) entre 80 e 120 mg/dl. Considera-se definitivamente patológica uma qualquer avaliação de glicemia superior a 200 mg/dl.

HIPOGLICEMIA

A glicose é a principal fonte de energia do cérebro, sendo utilizada pela maior parte das suas células sem intervenção da insulina. As reservas cerebrais de glicose e glicogénio esgotam-se cerca de dois minutos após a cessação do fornecimento de glicose ao cérebro, pelo que a concentração desta no sangue é um dos factores mais importantes para a manutenção do metabolismo cerebral.
Embora habitualmente os sintomas de hipoglicemia só surjam com valores de glicemia inferiores a 50 ou 60 mg/dl do ponto de vista clínico, a hipoglicemia é definida pela tríade de Whipple: glicemia inferior ao normal, sintomas compatíveis com hipoglicemia e reversão ou melhoria desses sintomas com elevação da glicemia.

Os principais sinais e sintomas são essencialmente de dois tipos:

1) Adrenérgicos – Resultantes dos efeitos das hormonas contrarreguladoras libertadas em resposta à diminuição da glicemia: taquicardia e hipertensão; taquipneia; palidez e pele fria; sudorese; trémulo; excitabilidade
2) Neuroglicopénicos – Resultam do défice de glicose a nível cerebral e incluem letargia, discurso arrastado, agitação, comportamento agressivo, confusão, convulsões e coma.

HIPERGLICEMIA

Hiperglicemia aguda define-se como glicemia superior a 300 mg/dl A hiperglicemia moderada habitualmente não causa sintomatologia. Com concentrações mais elevadas de glicose sanguínea, a glicosúria dá origem a diurese osmótica e desidratação.

Os principais sinais e sintomas são sonolência, prostração, taquipneia, taquicardia, náuseas e vómitos, hálito cetónico (se quadro de cetoacidose), poliúria e referência a polidipsia e polifagia. Concentrações muito elevadas (600 a 800 mg/dl) podem provocar depressão do estado de consciência culminando no coma em resultado da hiperosmolaridade sérica.