quarta-feira, 3 de março de 2010

Conselho de Ressucitação critica INEM


O Conselho Português de Ressuscitação alertou, esta terça-feira, para os «danos potenciais para as vítimas» que podem resultar da possibilidade de várias formações serem aceites no programa de Desfibrilhação Automática Externa, elaborado pelo INEM, instituto que refuta as críticas, escreve a Lusa.

Num documento enviado a várias entidades, o CPR exprime a sua «enorme preocupação» com o Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE), que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acaba de divulgar.

«Este facto, muito para além de traduzir falta de um rumo claro, tem um impacto real, com danos potenciais para as vítimas, pondo em causa a qualidade do socorro em Portugal», lê-se no documento.

O presidente do CPR, Rui Araújo, alertou para a «confusão perigosa entre seguir mais do que uma linha, que é a seguida na linha de reanimação em Portugal (fluxograma que resulta de linhas orientadoras europeias)».

Confrontado com estas acusações, o INEM respondeu: «Além da posição teórica do Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC), existem outras escolas que têm algoritmos testados e validados e, como tal, são igualmente idóneas para formarem operacionais de DAE, sendo a sua cooperação imprescindível para que, a um ritmo adequado, possamos ter operacionais formados para cumprir o PNDAE».

De acordo com o PNDAE, «o INEM reconhece que a cadeia de sobrevivência e a estrutura do sistema de socorro pré-hospitalar em uso em Portugal se aproxima mais das orientações preconizadas pelo European Resuscitation Council».

O CPR critica ainda que o programa preveja «algumas recomendações para complementar o DAE com o Suporte Básico de Vida», mas «não contempla qualquer estratégia de SBV».


Fonte: IOL Diário