domingo, 21 de março de 2010

Membros da ETA afinal eram bombeiros catalães


Os homens que apareciam num vídeo divulgado anteontem pelas autoridades francesas como sendo presumíveis membros da organização terrorista basca ETA eram, na realidade, inofensivos bombeiros catalães. Os cinco indivíduos eram suspeitos de terem morto um polícia francês.

Os bombeiros apareciam nas imagens das câmaras de segurança de um supermercado de Dam- marie-les-Lys a empurrar um carrinho de compras e a conversar descontraidamente, de mãos nos bolsos e ar tranquilo. Horas depois da filmagem, deu-se o crime que vitimou Jean-Serge Nérin, de 52 anos, o primeiro polícia francês abatido por um comando da ETA.

Afinal, verificou-se que os bombeiros catalães estavam de férias naquela localidade francesa, para treinar escalada, e nada tinham a ver com o crime.

Os homens foram reconhecidos pelos seus companheiros, na Catalunha, já que as imagens foram publicadas nas primeiras páginas dos principais jornais espanhóis. Ontem à tarde, os bombeiros permaneciam na esquadra, mas o seu caso estava esclarecido e deviam ser libertados em breve.

O erro das autoridades francesas poderá ser explicado pela forma como se desenvolveu a investigação: um polícia reformado lembrara-se de ver um grupo de homens no supermercado a falar espanhol e a polícia chegou às imagens das câmaras do supermercado. Para azar dos suspeitos, os agentes que participaram no incidente mortal identificaram-nos como os autores da acção do comando da ETA.

As imagens tinham sido distribuídas nos meios de comunicação, no âmbito da investigação do tiroteio que provocou a morte ao agente policial francês. O incidente ocorreu terça-feira, numa estrada dos arredores de Dammarie-les-Lys, quando uma patrulha policial surpreendeu um grupo de cinco desconhecidos a encher os depósitos de gasolina de quatro automóveis roubados.

Ao tentarem deter estes suspeitos, os polícias franceses foram atacados, seguindo-se uma violenta troca de tiros com outros elementos, que protegiam o primeiro grupo de suspeitos. O agente tinha colete à prova de bala, mas foi morto com um tiro de pistola de grande calibre. O ataque continua a ser atribuído à ETA, já que um dos membros do comando foi detido. Os restantes estão em fuga e são procurados em toda a França.

Fonte: DN Globo