sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bombeiros temem fim de corporações


A Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) alertou ontem para o risco de fecho das corporações profissionais por falta de financiamento e investimento do Governo. Um receio que é partilhado também pelas autarquias, que defendem "um novo modelo de financiamento".

"Nós consideramos incompreensível que esteja a ser criado um conjunto de valências nos GIPS (Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da GNR) que, na prática, constitui uma sobreposição da missão dos corpos de bombeiros já existentes no país", disse, em Setúbal, Duarte Caldeira, num encontro com autarquias que possuem estruturas profissionais.

"Temos muitas dúvidas sobre a validade e a justificação para que - tendo Portugal mais de 400 corpos de bombeiros, dos quais 27 profissionais - seja necessário investir tanto dinheiro numa força de segurança, que tem dificuldades no seu dispositivo territorial, para duplicar funções que já estão ancestralmente atribuídas aos corpos de bombeiros", disse.

No encontro foi reafirmada uma reivindicação antiga das autarquias: a comparticipação do Governo no financiamento das companhias de bombeiros profissionais. "Não se coloca a questão da necessidade de aumentar as verbas: o que é necessário é racionalizar", disse Duarte Caldeira, advertindo que o investimento feito nos GIPS "quase que antevê a eliminação de todos os corpos de bombeiros (profissionais e voluntários) e a sua substituição por uma força de segurança".

As autarquias com corpos de bombeiros sapadores, municipais ou profissionais também estão descontentes e admitem que pode estar em causa o futuro das companhias profissionais, reconheceu o vereador da Protecção Civil da Câmara de Gaia, Mário Fontemanha, que defendeu um "novo modelo de financiamento", comparticipado pela administração central.

Fonte: JN