terça-feira, 11 de maio de 2010

Incêndios florestais: 2010 é ano de risco elevado


2010 pode ser tão problemático como o ano de 2003 em relação aos incêndios florestais, é o receio transmitido durante a apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, que teve lugar esta terça-feira no Governo Civil de Bragança.

O Inverno chuvoso levou a uma proliferação dos materiais dos combustíveis o que, na opinião dos responsáveis, poderá proporcionar condições favoráveis à ocorrência de incêndios.
Este ano, no distrito de Bragança, vão estar no palco das operações 445 homens, apoiados por 114 veículos e dois meios aéreos durante a fase Charlie, a mais problemática, que compreende o período entre 1 de Julho e 30 de Setembro.
Este inverno não foi possível realizar as habituais queimadas de controlo dos combustíveis e é esperado um Verão muito quente e seco, condições que concorrem para o agravamento fácil de uma situação de incêndio. Ainda assim, o comandante do centro distrital de operações de socorro, Melo Gomes, diz que os meios estão preparados para o pior dos cenários. Melo Gomes deixa ainda um apelo às populações, para que limpem as zonas envolventes das áreas habitacionais, para reduzir o risco de propagação do fogo às habitações, em caso de incêndio.

O Governador Civil referiu que “é preciso estarmos preparados para o pior”. Questionado pela RBA, Jorge Gomes, disse que é importante que a opinião pública “esteja alertada para os seus comportamentos”. O Governador assegura que é pouco provável que os incêndios se tornem tão problemáticos como em 2003, uma vez que tanto a organização e gestão dos meios, como a preparação das forças de socorro e combate ao fogo evoluíram muito na última década. “Se os nossos comportamentos não tiverem um mínimo de correcção, é evidente que não há forças que possam aguentar o que aconteceu nesse ano [2003]. Prevemos que vamos ter um Verão rigoroso e temos resposta capaz [para uma situação mais problemática] mas se, as pessoas entenderem que devem provocar mais do que o natural, é evidente que se calhar não teremos capacidade de resposta”, advertiu Jorge Gomes.

Mais de metade dos incêndios ocorre durante a noite, o que revela que a maior parte dos incêndios terá origem na negligência das populações ou mesmo criminosa. Jorge Gomes não pôde precisar o número de incendiários detidos em 2009, mas referiu que foram “bastantes”.
Fonte: RBA