segunda-feira, 3 de maio de 2010

Desentendimentos entre CODU e bombeiros


São vários os desentendimentos entre as forças de socorro no terreno e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), no Porto. O último dos quais aconteceu em Macedo de Cavaleiros, no socorro a um bombeiro que sofreu um acidente de moto e se encontra internado em Vila Real, em estado de coma.

No caso do acidente de David Costa, bombeiro em Macedo, os primeiros a chegar ao local foram os colegas Voluntários de Macedo de Cavaleiros, que encaminharam a vítima para o SUB da unidade Hospitalar de Macedo. Já na urgência foi accionado o CODU e pedido o auxílio da VMER para evacuar o sinistrado para a unidade hospitalar de Bragança.

Segundo apurámos, um processo complicado, com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes a desvalorizar a situação e as orientações dadas a partir do local, a accionar a viatura médica de emergência e reanimação apenas à terceira chamada da médica do serviço de urgência. Depois de realizados vários exames já em Bragança, o bombeiro foi posteriormente evacuado de helicóptero para o Hospital de Vila Real, onde permanece.

Na mesma sexta-feira, mais tarde, os Bombeiros de Macedo de Cavaleiros receberam uma chamada para acudir a uma paragem cardíaca na aldeia de Podence. Segundo informações do CODU junto à Igreja. Chegando ao local, e perante a ausência de qualquer ocorrência foi pedido ao CODU o contacto directo com quem havia estabelecido a ligação. A paragem cardíaca era em Limão, no outro extremo do concelho e não em Podence. Chegados ao local, e mesmo tentando manobras de reanimação, a mulher de 72 anos já tinha falecido. A VMER tentou ainda também reanimar a vítima, mas sem sucesso.

Recorrente também é a saída da ambulância SIV de Mirandela para acidentes no IP4 a poucos quilómetros de Bragança.

E há duas semanas, também os bombeiros de Bragança tiveram uma ordem de saída para acudir a um incêndio num tractor agrícola, na ponte do Sabor. Quando chegaram ao local, não encontraram nada.
Afinal, um tractor ardeu, sim, mas em Torre de Moncorvo.

Fonte do INEM, contactada pela Brigantia, aponta como possíveis causas para estes desentendimentos a falta de experiência no terreno dos operadores de central telefónica, para além de alguma falta de comunicação entre os operadores e os médicos de serviço.

Escrito por CIR/Brigantia