terça-feira, 18 de outubro de 2011

Rebelo Marinho defende a criação de uma estrutura nacional de comando dos Bombeiros


Durante o contacto com as direcções e comandos de São Romão e Seia - Loriga ficou de fora por indisponibilidade dos dirigentes - o candidato defendeu que as fontes do financiamento devem ser o Orçamento do Estado, a actualização dos prémios dos seguros e dos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e também uma taxa municipal de protecção civil a instituir.

São Romão e Seia receberam candidato à Liga dos Bombeiros PortuguesesO candidato à presidência da Liga dos Bombeiros Portugueses Rebelo Marinho defende a criação de uma direcção nacional de bombeiros «autónoma, administrativa e operacionalmente», da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
O anúncio foi feito durante a apresentação do programa da sua candidatura e também às direcções e comandos das Associações Humanitárias do Distrito da Guarda, encontros que tiveram lugar nos passados dias 30 de Setembro e 1 de Outubro. Rebelo Marinho considerou essencial a reestruturação institucional e operacional do sector, até porque, disse, «não encontrei um comandante de bombeiros que se reveja nesta estrutura e que entenda que não deva ser reposta a estrutura de uma direcção nacional», afirmou, explicando que o seu programa foi construído com base nos contributos que reuniu nas visitas feitas às corporações.
Rebelo Marinho explicou que quer para os bombeiros «exactamente o mesmo tratamento que existe para os demais agentes de protecção civil» portugueses. «PSP, GNR, Forças Armadas, INEM, todos eles têm uma direcção nacional. Sendo os bombeiros o principal agente de protecção civil, não tem lógica que sejam os únicos a não ter uma direcção nacional e uma estrutura de comando hierárquica própria», justificou o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu.
Na sua opinião, «deve ser reposto o modelo regional de estruturas de comando, abandonando as estruturas distritais e instituindo os comandos regionais de bombeiros». A sua candidatura defende também «a criação de estruturas consultivas ao nível regional onde todos os bombeiros e federações tenham assento, participação e envolvimento nos processos de decisão» e considera «prudente a recuperação e a reconstituição das antigas zonas operacionais e a multiplicação das equipas de intervenção permanente».

Candidato defende que cidadãos devem financiar bombeiros

A necessidade de construir um modelo de financiamento das associações humanitárias e corpos de bombeiros é outra das ideias centrais da candidatura de Rebelo Marinho, de forma a não estarem dependentes das receitas geradas pelo transporte de doentes, que sofreram «uma redução agressiva e violenta» nos últimos tempos.
«Chegou a hora de a Liga conceber, propor, negociar um modelo de financiamento com o Governo e não esperar que seja o Governo a propô-lo. Nós definimos e defendemos um modelo de financiamento que fixe montantes, que identifique responsabilidades, que defina as fontes de financiamento», explicou. No seu entender, as fontes do financiamento devem ser o Orçamento do Estado, «com uma fatia robusta», a actualização dos prémios dos seguros e dos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e também uma taxa municipal de protecção civil a instituir. Quanto à criação desta taxa municipal, Rebelo Marinho considera que com o actual quadro económico do país, onde o governo, as câmaras e as empresas têm menos dinheiro, «a única solução é chamar mais gente à responsabilização do financiamento».
Rebelo Marinho tem como adversário o presidente da Federação de Bombeiros de Coimbra e da Câmara de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares. O congresso decorrerá de 28 a 30 de Outubro na Régua. Garantiu que, se no final de Outubro for eleito para a presidência da Liga, exercerá o cargo «em completa disponibilidade e exclusividade, não acumulando este lugar com outro», por considerar que «dividir a presença divide a capacidade para encontrar soluções para os problemas».
A lista de Rebelo Marinho integra alguns elementos dos bombeiros do distrito, como é o caso de Paulo Hortênsio, presidente da Assembleia-Geral dos Bombeiros Voluntários de Seia e actual vice-presidente do Conselho Executivo da Liga, sendo recandidato ao mesmo lugar. Benedita Dias, presidente dos Bombeiros Voluntários do Soito, Sabugal, é indicada como suplente ao Conselho Superior Consultivo.

Fonte: Porta da Estrela