quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Trás-os-Montes perde valências hospitalares


Os 39 enfermeiros do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) com contrato a termo vão ser dispensados dos seus serviços até ao final do ano. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) diz que esta é uma situação muito grave e alerta que haverá serviços ou especialidades que podem entrar em ruptura.

As cartas de rescisão já começaram a chegar. Este mês, cinco enfermeiros do Hospital de Macedo de Cavaleiros e uma auxiliar do Hospital de Bragança já foram notificados que o contrato anual de trabalho não será renovado. No próximo mês, serão notificados mais 20 enfermeiros e, até Janeiro, o número chega praticamente às quatro dezenas de profissionais que deixam o serviço.
A situação mais preocupante é a que se vive no Hospital de Macedo de Cavaleiros, onde há 19 profissionais em risco de dispensa.
Segundo uma carta de rescisão de contrato, a que o CM teve acesso, o centro hospitalar transmontano justifica a medida com a "racionalização das despesas". Antónia Alves, coordenadora do SEP para a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, diz que já reuniu com os profissionais no Hospital de Macedo e que foi informada de que "o serviço de convalescença e de cuidados continuados pode, inclusive, fechar por falta de profissionais para atender os utentes".
Perante a gravidade da situação, a sindicalista já agendou um plenário com todos os profissionais do CHNE com contratos a prazo para o próximo dia 18, para avaliar e discutir a situação.

FUSÃO ORIGINA "EXCEDENTES" DE PROFISSIONAIS
António Marçoa, do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste, explica que a renovação de contratos é da competência da Unidade Local de Saúde, que ainda não tomou posse. Mesmo assim, o responsável adiantou que a fusão dos 12 centros de saúde da região com o CHNE pode originar um excedente de profissionais de saúde. "Por esse motivo os contratos de trabalho a prazo não são renovados até uma análise concreta dos recursos humanos disponíveis", justificou. Segundo ainda o que o Correio da Manhã apurou, o Centro Hospitalar do Nordeste tem actualmente 116 contratos de trabalho a prazo.