quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Força Especial de Bombeiros Canarinhos


Apresentação:

A Força Especial de Bombeiros Canarinhos é uma força especial de proteção civil, dotada de estrutura e comando próprio, organizada e inserida no dispositivo operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), criada ao abrigo do disposto no artigo 19º do Decreto-Lei n.º 247/2007, de 27 de Junho, que aprovou o regime jurídico dos Corpos de Bombeiros.

Visão

“Afirmar a Força Especial de Bombeiros como uma força de proteção civil de referência, disciplinada, organizada, respeitada e prestigiada, projetando-se pela eficácia e profissionalismo das suas intervenções, em ordem à proteção dos direitos e interesses legalmente consagrados dos cidadãos, no âmbito de missões de proteção e socorro.”

Missão

Compete à Força Especial de Bombeiros:

Responder, com elevado grau de prontidão, às solicitações de carácter emergente de proteção e socorro, a ações de prevenção e combate em cenários de incêndios, acidentes graves e catástrofes em qualquer local no território nacional ou fora do país e em outras missões do âmbito da Proteção Civil;
Ministrar formação especializada nas valências em que venha a estar credenciada pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB).

Valores

A Força Especial de Bombeiros tem por valores:

Disponibilidade permanente para a Missão;
Trabalho em equipa multidisciplinar;
Cultura da exigência;
Qualidade e eficácia da intervenção;
Rigor, disciplina e profissionalismo;
Dedicação, competência, produtividade e responsabilização dos seus bombeiros;
Ética profissional;
Bom relacionamento interpessoal.

Organização e Estrutura

A Força Especial de Bombeiros (FEB), atualmente constituída por 3 Companhias e 7 Subunidades de escalão "Grupo", conta atualmente com um efetivo global de 259 bombeiros.

O Comando da FEB integra um Comandante, um 2.º Comandante, um Adjunto de operações, um Adjunto de planeamento, um Adjunto administrativo e logístico e três Comandantes de Companhia. O 2.º Comandante é, por inerência e em acumulação, o Comandante de uma das Companhias.

A FEB possui uma Unidade de Apoio Administrativo e Logístico que assegura o respetivo apoio administrativo e logístico ao Comando.

O Estado-Maior é um órgão de apoio e aconselhamento ao Comandante da FEB, que integra o 2º Comandante, o Adjunto de operações, o Adjunto de planeamento, o Adjunto administrativo e logístico e o Coordenador da Unidade de Apoio.

A Companhia é a unidade operacional da FEB que integra, no mínimo, dois Grupos e o Comandante de Companhia.

O Grupo é a unidade operacional da Companhia que integra, no mínimo, duas Brigadas. Cada Grupo é comandado por um Chefe de Grupo, que responde diretamente perante o Comandante da Companhia, sem prejuízo da articulação operacional com o Comandante Operacional Distrital (CODIS) respetivo. Assim, cabe ao Comandante do Grupo garantir a disciplina, a formação e a proficiência do desempenho do seu Grupo, cabendo ao CODIS garantir o apoio logístico e o controle operacional do Grupo que lhe está atribuído quando em apoio direto.

A Brigada é a unidade operacional do Grupo que integra 2 ou 3 Equipas e é comandada por um Chefe de Brigada, que acumula as funções de chefe de uma das Equipas.

A organização da subunidade de escalão "Grupo" tem como base um conceito modular, multidisciplinar, de 5 bombeiros, designada por Equipa, sendo que um de entre eles desempenha a função de Chefe de Equipa. Pretende-se assim que, em cada uma das Equipas, para além da formação de base, cada um dos elementos seja altamente qualificado em áreas específicas de intervenção.

Este modelo organizativo flexível e facilmente adaptado à natureza da missão permite, por um lado, garantir uma maior capacidade de resposta qualificada, nos distritos onde se encontram sedeados, sem prejuízo de uma pronta e rápida movimentação para todo o restante território de possível atuação.

Valências

Grupo de Recuperadores - Salvadores
Os Recuperadores-Salvadores (RS) integram um Grupo específico na direta dependência do Comandante da FEB, distribuído pelas Bases de Helicópteros de Serviço Permanente (BHSP), definidas superiormente.

Ao Grupo de Recuperadores-Salvadores compete a execução de missões de busca e salvamento em ambiente aquático e terrestre.

O Grupo tem como missão:

Responder, com elevado grau de prontidão, às solicitações de busca e salvamento que requeiram a intervenção de um meio aéreo dotado das necessárias qualificações;
Participar em ações de prevenção no âmbito da proteção civil;
Participar em outras ações para as quais estejam tecnicamente preparados e se enquadrem nos fins específicos das missões atribuídas à Força Especial de Bombeiros (FEB).
Cada BHSP dispõe de um efetivo de 1 Verificador Técnico, 1 Adjunto do Verificador Técnico e 4 RS.

O RS Verificador Técnico é equiparado, para efeitos hierárquicos e funcionais, a Chefe de Brigada, enquanto o adjunto é equiparado, para os mesmos efeitos, a Chefe de Equipa.

Grupo de Resgate em Montanha
O Grupo de Resgate em Montanha organiza-se de forma modular, dispondo de uma estrutura própria e específica, competindo-lhe a execução de missões de proteção e socorro no âmbito do salvamento em montanha com ou sem ambiente de neve.

O Grupo de Resgate em Montanha encontra-se distribuído pelas Bases Permanentes da FEB inerentes aos distritos da Guarda e Castelo Branco.

O Grupo de Resgate em Montanha desenvolve a sua missão na área definida no PONSE (Plano de Operações Nacional da Serra da Estrela). Contudo, o Grupo de Resgate em Montanha pode ser mobilizado para outras áreas de intervenção por indicação do Comandante Operacional Nacional ou imposição que decorra da ativação de planos e diretivas nacionais. O Grupo de Resgate em Montanha pode prosseguir as suas atribuições fora do território continental, quando mandatado legalmente para esse efeito.

O Grupo de Resgate em Montanha é constituído por um Chefe de Grupo, dois Chefes de Brigada, dois Chefes de Equipa e um número de Bombeiros adequado às necessidades inerentes à vertente operacional.

Brigada de Apoio Logístico
A Brigada de Apoio Logístico da FEB foi criada para colaborar e apoiar as tarefas de âmbito logístico da Célula de Logística do CNOS.

A Brigada é constituída por um Chefe de Brigada, um Chefe de Equipa e nove Bombeiros, sendo constituída maioritariamente por elementos do Grupo de Santarém.

Grupo de Resposta Internacional
Ao Grupo de Resposta Internacional compete executar missões internacionais de proteção e socorro ou ajuda humanitária, podendo intervir integrado em forças conjuntas ou combinadas, em simultâneo com outros agentes de proteção civil, ou de forma destacada, como força de reação rápida.

O Grupo organiza-se de forma modular, dispondo de uma estrutura própria e específica, integrando 22 elementos, de entre o efetivo territorial da FEB, com competências e qualificações técnicas específicas.

Brigada de Salvamento Aquático
A Brigada de Salvamento Aquático realiza missões de socorro às populações em caso de inundações, socorro a náufragos e buscas subaquáticas, particularmente no plano de água e subaquático da Barragem do Alqueva.

A Brigada é constituída por elementos dos Grupos de Beja e Évora, com formação específica em mergulho e nadadores salvadores, credenciados com a carta de patrão local, que operam duas embarcações de socorro. A Brigada possui equipamento de mergulho para buscas subaquáticas e de nadador salvador para salvamentos no plano de água.

Equipas de Posto de Comando Operacional de Reserva Nacional
Os elementos da estrutura de Comando e Chefia da Força Especial de Bombeiros integram as Equipas de Posto de Comando Operacional, de âmbito nacional, com capacidade para prover todas as células previstas no sistema de gestão das operações.

Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS)
As ERAS caracterizam-se pela sua grande mobilidade e capacidade técnica, garantindo a interligação permanente, e têm como principal objetivo dotar o CNOS ou o CDOS, de acordo com o escalão de acionamento, com informação imediata e indispensável ao processo de tomada de decisão:

Fazendo um ponto de situação imediato ao CNOS ou CDOS, sobre o evento;
Fazendo um ponto de situação operacional;
Analisando e avaliando toda a situação e propondo ao CNOS ou CDOS, os recursos mais adequados para lidar com a emergência;
Executando outras missões que lhe sejam determinadas pelo CNOS ou CDOS.
As ERAS têm ainda como missão percorrer a zona de intervenção (ZI), por via aérea e/ou terrestre e recolher toda a informação disponível sobre as consequências do evento em causa, nomeadamente no que se refere ao reconhecimento e avaliação de:

Situações urgentes ou emergentes;
Locais com maiores danos no edificado;
Locais com maior número de sinistrados;
Estabilidade de vertentes;
Estabilidade e operacionalidade das infra-estruturas;
Núcleos habitacionais isolados;
Pessoas isoladas;
Eixos rodoviários de penetração para a zona de intervenção.

Equipas de Análise e Uso do Fogo (EAUF)
Coordenadas tecnicamente pela AFN, e constituídas por 3 elementos cada, são acionadas e coordenadas operacionalmente pelo CNOS, por iniciativa deste ou perante solicitação do CDOS, estando qualificadas para análise dos fatores condicionantes de progressão e supressão do fogo, identificação e aplicação das técnicas mais adequadas à extinção do fogo incluindo, quando devidamente identificadas e credenciadas, recorrer a manobras de fogo tático

Operadores de Telecomunicações de Emergência (OTE)
Os Operadores de Telecomunicações de Emergência têm por missão reforçar as SALOC dos CDOS e CNOS em situações de Alerta Amarelo e de nível superior e reforçar os Veículos de Comando e Comunicações da ANPC em teatros de operações.



Âmbito Territorial

A Força Especial de Bombeiros, de âmbito nacional, assume-se como unidade profissional de bombeiros apta a intervir em qualquer cenário no domínio da proteção e do socorro, seja em território nacional, seja fora do país.

Esta Força, que depende técnica e operacionalmente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, é constituída por sete grupos que foram atribuídos a sete distritos: Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal e Beja.

A constituição desta Força só foi possível com a colaboração imprescindível das Associações Humanitárias de Bombeiros que disponibilizaram os seus bombeiros e os destacaram de acordo com o Protocolo estabelecido com a ANPC.

Na fase inicial de funcionamento, a Força Especial de Bombeiros foi primariamente utilizada no ataque inicial a incêndios florestais, por via aérea ou por via terrestre. Progressivamente, as equipas e grupos iniciaram formação especializada nas restantes valências de proteção civil.


Fonte: ANPC