quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

RTP

Os bombeiros de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, estão "sem um tostão", consequência de uma penhora de um fornecedor que ameaça o auxílio às populações, segundo disse hoje o presidente da direção.


José Carlos Dias afirmou à Lusa que, "neste momento, não há dinheiro para combustível, nem para pagar os salários de janeiro aos 21 funcionários", o que "pode deixar as pessoas sem proteção aos bens e os doentes não urgentes sem transporte".

O presidente da direção espera conseguir uma solução até sexta-feira à noite, data em que está marcada a última de uma série de reuniões com bombeiros e outras entidades, nomeadamente a câmara municipal de Macedo de Cavaleiros.

O dirigente já lançou também um apelo à população para minimizar as consequências do que classificou de "má vontade" da empresa fornecedora do combustível que intentou a ação em tribunal e que resultou na penhora de todas as contas bancárias e do antigo quartel, onde ainda funcionam alguns serviços.

Em causa está, segundo explicou José Carlos Dias, uma dívida "entre 26 a 30 mil euros" que esta direção, em funções há menos de um ano, herdou e que tem vindo a liquidar.

O montante em causa corresponde, de acordo com o dirigente, a menos de metade dos seis meses em dívida inicialmente e que têm sido amortizados conforme as disponibilidades.

A atual direção da associação humanitária dos bombeiros de Macedo de Cavaleiros garantiu que as dívidas existentes no valor global de 200 mil euros são anteriores à sua tomada de posse e relativas a obras do novo quartel e a combustível.

"Houve uma empresa que não aguentou a situação e intentou um processo judicial contra os bombeiros que acabou na penhora do quartel velho e nas contas bancárias", explicou.

Os bombeiros até tinham tido disponibilidade financeira, já que receberem há pouco tempo o dinheiro da época de incêndios destinado a refeições, combustível, manutenção das viaturas, desgaste do material, naquele período.

A penhora cativou, no entanto todas as verbas. "Não temos um tostão", sublinhou.

Enquanto o tribunal não faz o acerto de contas e se sabe se sobrará algum dinheiro da execução, a direção lamenta, mas "não há dinheiro para nada e está em risco a segurança dos bens e das pessoas".

Em risco fica também os vencimentos dos bombeiros do quadro de pessoal, com os quais o presidente da direção se compromete a encontrar uma alternativa, "pelo menos, para assegurar parte dos salários às 21 famílias" dependentes dos mesmos.

Se até sexta-feira à noite não surgir uma solução para o problema financeiro, o primeiro serviço a ser suspenso, de acordo com José Carlos Dais, será o transporte de doentes não urgentes.

"Ficam as populações sem proteção aos bens, ficam os doentes não urgentes sem que possam ser transportados e tudo isso por causa de uma má vontade de um empresa fornecedora", reiterou.

Fonte: RTP