quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Idosos com dificuldades em suportar preço das ambulâncias

Com as novas regras para o transporte não urgente de doentes, há muitos idosos que deixaram de ter condições para ir às consultas, em especial aqueles que vivem mais isolados e os que têm reformas mais baixas.

A população idosa e isolada não tem maneira de pagar o transporte de acordo com a nova lei. Em Odemira, como conta a repórter Maria Augusta Casaca, há casos de reformados que recebem 250 Euros por mês e têm de pagar 200 Euros pelo transporte nas ambulâncias. Há mesmo quem pergunte aos bombeiros se é possível o pagamento em prestações.
O comandante Nazário Viana, dos Bombeiros de Odemira, conta que se depara todos os dias com situações dramáticas. Muitas vezes, os idosos dizem que «se pagarem a ambulância não tem dinheiro para os medicamentos» refere. «Às vezes optamos por não receber o transporte da ambulância para eles levantarem os medicamentos» continua.
Se através da chamada telefónica o INEM não considerar o caso urgente, ou se o doente tiver uma consulta marcada no centro de saúde terá que pagar a deslocação de ambulância. No caso de Odemira, o maior concelho do País, para qualquer deslocação é preciso percorrer longas distâncias. Por exemplo, para ir da freguesia de Sabóia ao centro de saúde de Odemira, a 37 km de distância, o doente paga um valor que pode ir de 75 a 80 euros.
O Sr. Vidaúl de 76 anos é exemplo desta realidade. Mora num monte isolado de Sabóia e para apanhar o autocarro tem que se deslocar a pé um quilómetro, pelo que opta por ir ao centro de saúde de táxi. Em Odemira os bombeiros já optam por cobrar a taxa mais baixa por quilómetro, no valor de 50 cêntimos, ainda assim os idosos não têm como pagar.

Fonte: TSF