terça-feira, 30 de agosto de 2011

As dívidas do Ministério da Saúde aos bombeiros no distrito de Leiria podem levar a despedimentos e ter consequências no socorro às populações

As dívidas do Ministério da Saúde aos bombeiros no distrito de Leiria podem levar a despedimentos e ter consequências no socorro às populações, disse hoje à Lusa o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria (FBDL).

«Se o fluxo financeiro que é contratado não chega às corporações, não é possível manter funcionários assalariados e pode levar a que as associações tenham que despedir bombeiros», explicou o comandante Nélio Gomes.

O responsável concluiu que, «neste cenário, a prestação de socorro às populações ficará em causa» e admitiu que os atrasos «estão a condicionar o dia-a-dia nas corporações», mas assegurou desconhecer situações de bombeiros com os ordenados em atraso.

Segundo o presidente, existem dívidas que já têm um ano, no que respeita ao transporte de doentes não urgentes.

Nélio Gomes, que é comandante dos Bombeiros Voluntários de Pataias, lembrou que existem 24 corpos de voluntários só no distrito e admitiu que a dívida «não andará muito longe do meio milhão de euros».

Segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil, o distrito de Leiria possui 3.705 bombeiros.

O presidente da FBDL sublinhou que «este cenário não tem a ver com os políticos que agora entraram», mas quer que seja encontrada rapidamente uma solução «porque os custos são permanentes ao nível do combustível, da manutenção de viaturas e ordenados».

«Se o dinheiro não chega a tempo e horas é óbvio que depois existem também atrasos aos nossos fornecedores», lamentou Nélio Gomes.

Na semana passada, a Liga dos Bombeiros Portugueses alertou para o risco de algumas corporações «paralisarem» se o Governo não arranjar solução para as dívidas que os hospitais têm para com estas associações de socorro.

O Ministério da Saúde disse ter «consciência do momento de dificuldades» dos parceiros do sector e referiu que «reconhece o enorme esforço» para contribuir para a contenção da despesa, num comentário às dificuldades divulgadas pelos bombeiros.

Fonte: IOL