sexta-feira, 9 de julho de 2010

Médicos uruguaios serão formados para assegurar "helis" do INEM

A ausência de médicos nas escalas de helicópteros do INEM, nomeadamente em Macedo de Cavaleiros e Santa Comba Dão, levou a instituição de emergência a avançar com um plano de formação para clínicos uruguaios a trabalharem em hospitais nacionais.

O programa de formação complementar vai decorrer ainda durante este mês, "de forma a que todas as escalas dos helicópteros do INEM sejam garantidas", adiantou fonte oficial daquele organismo. Em Agosto, aqueles médicos já estarão disponíveis.

"O INEM prepara-se para dar formação adicional a alguns médicos que não tinham todas as habilitações para o helitransporte", informou o gabinete de Imprensa, que esclarece que esta questão não tem a ver com nacionalidades de médicos nem com contratações. "São médicos que já trabalham no INEM, pelo que circula, de momento, informação errada que está a provocar um enorme ruído na informação", acrescenta.

Meios funcionam em rede

O dispositivo nacional de emergência e socorro funciona "em bloco e redundância". Os meios estão colocados em locais estratégicos, com helicópteros em Macedo de Cavaleiros, Porto e Santa Comba, e podem sempre intervir caso se verifique a inoperacionalidade de um deles.

Anteontem e ontem, segundo a escala de serviço a que o JN teve acesso, o "heli" de Macedo de Cavaleiros estava inoperacional, tal como hoje, a mesma escala aponta ainda inactividade nos dias 21, 22 e 30 de Julho, e estipula o "heli" número dois como INOP nos dias 26, 27 e 28 de Julho. O INEM desmente. Explica que a escala "para este mês de Julho ainda não foi concluída, pelo que não é verdade que já existam dias "previstos" para estarem INOP".

Aguiar da Beira preocupa

Em Santa Comba Dão, onde desde Abril está estacionado o helicóptero do INEM, a aguardar transferência definitiva para Aguiar da Beira, também se registaram algumas "lacunas pontuais" de médicos em Abril (seis turnos), Maio (dois) e Julho (um).

"Estas 'brancas' não têm qualquer impacto, uma vez que o nosso "heli" faz parte de uma rede que é gerida pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes). Se há uma 'branca' num lado, acciona-se o meio que está noutro", explica uma fonte. O maior receio vai para a transferência anunciada para Aguiar da Beira. "Vai ser difícil pedir a um médico da Figueira da Foz ou de Leiria, por exemplo, que faça umas horas a Aguiar da Beira", acrescenta.

Quanto aos médicos disponíveis, "o número varia muito", admite o INEM. O serviço é feito por turnos, nos quais os profissionais se inscrevem consoante as suas disponibilidades. "Há meses em que não fazem turnos por impossibilidades das suas agendas. A inscrição nas escalas é flutuante. São 30 dias por mês, tanto podem ser 60 médicos, como podem ser 15 a repetir em dias interpolados", explicam.

Os médicos que fazem parte das tripulações dos "helis" do INEM têm formação específica. "O curso de Medicina, só por si, não os habilita ao helitransporte de doentes emergentes. Existem formações específicas que são essenciais para que possam fazer parte da tripulação. Os que têm esta formação podem inscrever-se em qualquer escala dos cinco "helis" do INEM".

O INEM frisou que espera que todos os helicópteros estejam operacionais em todos os dias dos meses de Julho e de Agosto, "como tal, a não ser que aconteça algum imprevisto não imputável à direcção do INEM e que não possa ser colmatado com a vinda de outro médico (em caso de necessidade), tudo indica que estarão operacionais".
Fonte: JN