quarta-feira, 28 de julho de 2010

Portugal enfrenta um número "completamente exagerado" de incêndios para a dimensão do país


Portugal enfrenta um número "completamente exagerado" de incêndios para a dimensão do país. Quem o diz é o Comandante Nacional de Operacões e Socorro da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Paulo Gil Martins. Por isso lança o apelo aos portugueses: proteger a floresta depende de todos.
As estatísticas são claras: em Portugal, 97% dos incêndios têm origem humana. Este ano, o número de fogos florestais com origem em causas naturais cifra-se apenas nos 0,1%. A maior parte são incêndios causados por negligência, pelo que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) tem reforçado as campanhas de sensibilização nos últimos dias.
"Apelamos à adopção de comportamentos tendo em vista o que está a acontecer do ponto de vista metereológico e tendo em conta o próprio território onde as pessoas habitam. A floresta é um bem estratégico do país, e têm de ser os portugueses a defendê-la e a tratar dela", afirmou ao SAPO Notícias Paulo Gil Martins, Comandante Nacional de Operacões e Socorro da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
A região mais afectada é a do litoral, a centro e norte do país, com os concelhos de Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Santarém a serem mais fustigados.
Na altura de falar em dificuldades, Paulo Gil Martins é premptório: desde logo, o elevado número de ocorrências dificulta qualquer operação. Logo a seguir, vem o comportamento dos cidadãos: "Qualquer chama mal utilizada pode potenciar um incêndio florestal grave e por isso nós dizemos tolerância zero ao uso de fogo em zonas florestais", diz o comandante Nacional de Operações da ANPC.
A floresta é um bem estratégico do país. Paulo Gil Martins
Das 390 ocorrências registadas até as 19h de hoje, quase todas estão resolvidas com excepção de 26. Para Paulo Gil Martins, os números demonstram a capacidade de resposta, "com mais ou menos dificuldade", dos operacionais e meios no terreno.
Não acredita, por isso, que Portugal se depare com falta de meios no combate aos fogos, apesar de as condições metereologicas apontarem para temperaturas muito elevadas nos próximos dias.
Ontem a ANPC registou, até à 00H00, 416 ocorrências, mas o número deverá ser ultrapassado hoje. A acontecer, este será o dia com mais fogos registados nos últimos 5 anos. Ao longo dos 3 meses de Verão a ANPC tem um dispostivo que abrange 10.000 operacionais e 56 meios aéreos que são geridos espacialmente pelo território tendo em vista as situações mais críticas. No dia de ontem estiveram no terreno 8.100 operacionais e 2.200 viaturas e todos os 56 meios aéreos- Hoje Portugal recebeu ainda o auxílio de dois Canadairs espanhóis .


Recomendações da Autoridade Nacional de Protecção Civil


SE FOR PASSEAR À FLORESTA
- Não deite fósforos ou cigarros para o chão.
- Não deite pela janela do automóvel cinzas ou pontas de cigarro.
- Leve a refeição preparada. Não acenda fogueiras.
- As fogueiras só podem ser feitas nos locais próprios e com os seguintes cuidados especiais: remova as folhas secas; ponha um círculo de pedras em redor do fogo; molhe bem o local à volta; mantenha por perto um recipiente com água; vigie-a atentamente; apague-a muito bem com água e terra; nunca faça fogueiras em dia de muito vento; não abandone na floresta nenhum lixo, incluindo garrafas de vidro.
Fonte: sapo@