terça-feira, 13 de abril de 2010

Irmão mata irmão por 300 mil euros de terreno e duas casas


Um terreno com cerca de um hectare, cujo valor total poderá ultrapassar os 300 mil euros, levou a um a tragédia familiar. Foi no sítio de Cruz da Assumada, no concelho de Loulé, onde um homem matou o irmão, com dois tiros de caçadeira, por não concordar com as partilhas de alguns bens familiares, já que o DN soube que a família ainda tem mais património, noutras zonas do Algarve.

De acordo com os vizinhos, José Coelho, de 67 anos, casado com uma brasileira, pai de duas menores e motorista na secção de obras da Câmara de Loulé, atingiu o irmão, António Pedro, de 64 anos, ex-emigrante em França e também residente naquele concelho, onde se dedicava à agricultura, no domingo, pelas 18.30. Tudo aconteceu após mais uma discussão que envolveu também a mãe de ambos, com 87 anos e viúva, que reclamava "75% das partilhas".

Quando as duas viaturas accionadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) chegaram ao local, os paramédicos limitaram-se a conformar o óbito. "Estava morto com uma bala na cabeça", disse ao DN fonte do INEM. Já o suspeito do homicídio, depois de fugir com a caçadeira, acabou por ser detido pela Polícia Judiciária, com o apoio da Guarda Nacional Republicana.

"Nada fazia supor uma situação deste tipo, pois aquele que matou é uma pessoa reservada e nunca ninguém lhe notou qualquer desequilíbrio mental", disseram ao DN vizinhos e amigos.

No emprego, os colegas também não lhe poupam elogios, lembrando que José Coelho "já trabalha há muitos anos e tem sido sempre um óptimo profissional".

"Nunca o ouvimos falar sobre questões familiares. Há dias queixou-se foi de problemas de saúde e até se mostrava desanimado", acrescentou um funcionário da autarquia louletana.

No sítio de Cruz da Assumada, onde ocorreu o crime, vizinhos do suspeito referem que, afinal, ele é "quem menos fala nas partilhas", ao contrário da mãe e do irmão, agora assassinado.

"Ouvimos gritos da senhora lá dentro de casa, a dizer que queria as partilhas. Ela terá "picado" o filho, que, no meio de alguma confusão, acabou por matar o irmão, embora eles quase nem se falassem", contaram. A mãe e as filhas do suspeito vão receber apoio psicológico.

Fonte: DN