quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tratamento inovador às hemorróidas no CHNE


Os doentes do distrito de Bragança com hemorróidas têm agora uma nova técnica cirúrgica à disposição.

O director de cirurgia do Centro Hospitalar do Nordeste, António Ferrão, coordenou ontem uma operação de demonstração, realizada por um especialista do Hospital de S. João, no Porto, e a que a Brigantia assistiu, e garante que traz várias vantagens aos doentes.

“É uma técnica já muito divulgada mas que não se fazia neste Centro Hospitalar. Com ela pretendem-se várias coisas. Em primeiro lugar, não retiramos as hemorróidas como até aqui. Fazemos o levantamento da mucosa de tal maneira que vão para o sítio onde deviam estar, pois sabemos hoje que esse conjunto de veias a que chamamos hemorróidas são fundamentais para o mecanismo de continência e não convém estragar o que Nosso Senhor lá deixou.”

O director de cirurgia garante que, com esta nova técnica, os doentes recuperam muito mais depressa.

“Outra vantagem é que trabalhamos numa parte do intestino onde o doente não tem dores. E como se trabalha dentro do canal anal, o doente não tem noção que foi operado, pois não precisa de curativos nem de pensos. Podem ter logo alta e nem sequer sabem que foram operados.”

António Ferrão diz que apesar de utilizar uma máquina, que é mais cara do que a técnica anterior, toda a recuperação acaba por ficar mais barata.

E não percebe porque não foi introduzida mais cedo no Nordeste Transmontano, até porque se usa há vários anos noutros hospitais do país.

“Não sei, talvez porque eu não estava cá nessa altura ou porque as pessoas não se interessaram pela técnica”, diz. O clínico explica que a “máquina é mais cara do que os fios, mas torna-se mais barata porque o doente recupera muito mais depressa e não necessita de medicamentos, de internamento”.

No CHNE a lista de espera para este tipo de cirurgia não é grande mas António Ferrão garante que, por ano, são operados centenas de doentes.

Agora espera operar ainda mais.

“Aceitam logo por dois motivos: em primeiro lugar, porque não dói. E por outro lado porque não está sujeita a pensos.”

As mulheres são as mais afectadas por este fenómeno, até porque é uma das complicações associadas aos partos.


Fonte:Brigantia