quinta-feira, 5 de maio de 2011

Associações de bombeiros do Litoral Alentejano não integram dispositivo de combate a incêndios

A decisão é anunciada, esta quinta-feira, durante uma reunião que vai juntar todas as corporações do distrito de Setúbal, em Alcácer do Sal.

Em causa está a situação de asfixia financeira em que estão mergulhadas a maioria das associações, explica o comandante dos B.V de Vila Nova de Santo André, Alberto Trigo.

Sem meios disponíveis para integrar o dispositivo, devido à oferta de emprego que existe na região, derivado das obras que estão em curso no Complexo Industrial, as associações do concelho de Santiago do Cacém debatem-se com uma realidade diferente de anos anteriores.

Alberto Trigo diz que os homens não aceitam trabalhar por apenas 1,70 euros/hora para combater fogos florestais e que não tem elementos suficientes para integrar uma equipa.

Com as equipas reduzidas, devido ao despedimento dos funcionários, decorrente da crise que as associações atravessam, a capacidade de resposta fica comprometida, alerta Vítor Tomás, comandante dos B.V de Cercal do Alentejo que vive situação semelhante.

No entanto, e apesar de se recusarem a integrar o dispositivo de combate a incêndios, o comandante dos B.V de Cercal do Alentejo garante que as corporações não ficarão indiferentes à situação e farão de tudo para minimizar o impacto desta decisão.

O mesmo cenário repete-se no quartel dos B.V de Santiago do Cacém que não tem pessoal para integrar o dispositivo, nem verbas para fazer face à manutenção das viaturas e das despesas que aumentam, na época dos incêndios florestais, adianta o 2º comandante, Armando Pinela.

De acordo com Armando Pinela, em Santiago do Cacém, os bombeiros estão a fazer um esforço para responder a todas as situações ao nível do socorro, apesar dos salários em atraso e dos sucessivos despedimentos que têm vindo a comprometer a operacionalidade da corporação.

Esta quinta-feira, os bombeiros do litoral alentejano, anunciam a intenção de não integrar o dispositivo de combate a incêndios de 2011. Uma decisão polémica que decorre da asfixia financeira que as corporações estão a viver.

A Miróbriga transmite, hoje, a partir das 13h00, uma entrevista com os comandantes das corporações de bombeiros de Santiago do Cacém, Cercal do Alentejo e Vila Nova de Santo André.

Fonte: Miróbriga