quarta-feira, 18 de maio de 2011

Centro Hospitalar não abre inquérito à morte por legionella

CHNE garante que problema foi sanado
A Delegação de Saúde Pública de Bragança vai proceder hoje à realização de análises às canalizações numa ala do quarto piso do hospital da cidade, onde há cerca de duas semanas foi detectado um foco da bactéria da legionella na água. Tratam-se de análises de controlo “para confirmar que a bactéria já foi erradicada após a desinfecção realizada no local”, adiantou o delgado de Saúde, Victor Lourenço, ao Mensageiro. Duas mulheres foram infectadas pela bactéria, uma delas, com, 43 anos, acabou por morrer “porque a bactéria pode ter agravado o quadro clínico grave, uma infecção intra-abdominal, com que a doente tinha dado entrada no internamento, há cerca de 23 dias”, referiu uma fonte do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), a entidade que tutela o Hospital de Bragança. Na sequência desta morte a direcção do CHNE não vai abrir um inquérito interno, uma vez que a causa do falecimento está devidamente apurada e a doente recebeu todos os cuidados possíveis, “não existindo uma relação directa entre a morte da doente e a infecção por pneumonia por legionella”, esclareceu a mesma fonte do CHNE. Todavia, a administração informou as entidades competentes, nomeadamente a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que poderá abrir um inquérito ao caso. Uma fonte deste organismo disse ao nosso jornal que “estão atentos à situação”. O CHNE também informou a Delegação de Saúde de Bragança.
A primeira doente infectada, uma idosa de 75 anos, recuperou da pneumonia provocada pela bactéria da legionella e já se encontra do domicílio. Foi precisamente na sequência de um segundo internamento desta septuagenária que o hospital chegou ao diagnóstico da infecção por aquela bactéria. Ambas as doentes deram entrada no hospital por outros motivos e estiveram internadas no serviço de Medicina, que funciona numa ala do quarto piso. Mal a unidade de saúde verificou a existência de uma doente por legionella informou a Delegação de Saúde de Bragança e a IGAS, e procedeu à aplicação de medidas profiláticas no local e na residência da idosa. Na semana passada a Delegação de Saúde de Bragança confirmou a existência do foco de legionella na canalização, no dia seguinte foi realizada a desinfecção da ala, que foi isolada. Segundo apuramos a infecção por legionella acontece através da inalação de ar quente ou vapor de água, mas a ala em causa não dispõe de ar-condicionado e uma das doentes, nunca foi sujeita a banhos nos sanitários por ter mobilidade extremamente reduzida, pelo que a sua higiene era tratada na enfermaria.

Fonte: Mensageiro de Bragança