quarta-feira, 23 de março de 2011

“Do ponto de vista operacional os bombeiros funcionam melhor que antes”


A Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal está, desde Fevereiro, a funcionar com cinco turnos, em vez dos habituais quatro. De acordo com o vereador com o pelouro da protecção civil, esta alteração veio melhorar e reforçar a capacidade operacional dos sapadores. Opinião contrária parece ter a bancada do Partido Socialista na câmara municipal que alerta para “problemas” nos serviços prestados por aquela Companhia.

“Não há serviços não feitos, não há reclamações da população, não há intervenções que não tenham sido resolvidas”, salienta o vereador Carlos Rabaçal, referindo-se à Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal que, desde Fevereiro, está a operar com mais um turno, num total de cinco.

Alegadamente preocupados com o funcionamento da Companhia, os vereadores do PS apresentaram, na última reunião pública, as suas dúvidas acerca da eficácia dos novos horários. “Percebemos a questão da alteração de horários, mas acompanhada por um aumento de efectivos. Não teria sido sensato fazer a alteração só depois da admissão de novos bombeiros sapadores?”, questionou o vereador Fernando José.

O socialista alegou ainda que existem algumas viaturas, nomeadamente ambulâncias do Inem, que estão paradas, fora de serviço, o que, de acordo com o responsável “está a causar grandes problemas nos sapadores”, disse, atribuindo esta lacuna à “falta de capacidade de resposta, devido à alteração feita”.

A bancada do PS requereu “o estudo que fundamenta as alterações dos horários” e pediu também uma justificação para que, já depois da alteração entrar em vigor, “estejam a ser chamados sapadores em folga, sendo-lhes pago a 200 por cento”.

Em resposta, o vereador Rabaçal, responsável pelo pelouro da Protecção Civil garantiu que “do ponto de vista operacional, os bombeiros funcionam melhor que antes e nenhum direito dos trabalhadores está a ser ferido”. O responsável reitera que “não há nenhum problema funcional que coloque em causa a segurança da população”.

De acordo com o vereador, a alteração traduziu-se numa redução das horas extraordinárias, passando, “de 48 mil euros para 25 mil euros pagos em horas extraordinárias”. Para o responsável “há um mês a situação era muito pior, mas com a diferença de que os bombeiros tinham um valor acrescentado, acima do salário normal”, devido às horas extraordinárias.

Em relação ao Inem, o vereador explica que se trata de “um serviço do governo central, colocado nos Sapadores e teoricamente paga-se a si próprio, mas na prática, provoca um défice elevado, por ambulância, ao município”. Desta forma, “sempre que há falhas nos turnos, o primeiro serviço a sofrer é o Inem”, assume o responsável.

Tentando tranquilizar a oposição, o autarca garante que “logo que tenhamos o teste dos cinco turnos faremos uma reunião privada com os vereadores”. Além disso, o vereador admite estudar, a partir de meados deste ano, “a hipótese de avançar com o recrutamento de novos sapadores”.

Lembro que a questão da mudança de quatro para cinco turnos foi muito criticada pela

ANBP – Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, em Dezembro do ano passado. Os dirigentes da associação alegavam ser “impensável que tal situação possa vir a acontecer, uma vez que o número de bombeiros disponível não permite que essa alteração venha a ser feita, sem que se ponha em causa a segurança”.
Fonte: O setubalense