sábado, 26 de março de 2011

Mil bombeiros vão ficar sem emprego


Mil bombeiros contratados por corporações de todo o País estão em risco de serem despedidos até final do ano, devido às novas regras de transporte de doentes determinadas pelo Ministério da Saúde. Neste momento, são 4500 profissionais adstritos à condução e ao transporte de ambulâncias.

Numa atitude que bombeiros e dirigentes consideram "desumana e puramente economicista", o Ministério da Saúde alterou as regras dos transportes não urgentes. Assim, desde o dia 1 de Janeiro, ficou determinado que o acesso dos doentes ao pagamento da despesa pelo Ministério da Saúde apenas é garantido a quem, em simultâneo, apresente justificação clínica actualizada e demonstre insuficiência económica.

Nas primeiras semanas do ano, algumas corporações transportaram os doentes que não cumpriam os requisitos sem lhes cobrar qualquer verba, mas devido às dificuldades económicas viram-se obrigadas a deixar de o fazer.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) fez um levantamento e concluiu que nos primeiros dois meses e meio do ano já foram dispensados pelas corporações 103 tripulantes. Mas para Duarte Caldeira, presidente da LBP, a situação vai piorar. "Prevê-se que os bombeiros tenham uma redução de 30 por cento de receitas. Isso implica que têm de fazer reajustamentos no quadro de pessoal na mesma medida. As corporações podem ter de dispensar perto de mil pessoas até final do ano", adianta.

Algumas associações já estão a atravessar graves dificuldades financeiras e, além do despedimento de bombeiros, ponderam encerrar valências e vender património. "Se isto não mudar, vou ter de dispensar oito dos 23 tripulantes", disse ontem António Pinto, presidente da direcção dos bombeiros de Castro Daire.

Fonte: CM