domingo, 18 de setembro de 2011

Proteção Civil: Ministro da Administração Interna quer carta de risco nacional com afetação de meios por município

O ministro da Administração Interna afirmou ontem que Portugal precisa de uma carta de risco que afete a cada município os meios de Protecção Civil mais adequados às suas necessidades, numa “distribuição racional” de recursos.

Na inauguração do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, Miguel Macedo disse encarar a segurança interna como um “setor prioritário da governação” e declarou: “Temos que fazer uma coisa óbvia que é ter em Portugal uma carta de risco que faça a afetação de meios concelho a concelho e identifique onde o risco é maior ou menor”.

“Nem todos os corpos de bombeiros precisam ter o mesmo número de viaturas ou o mesmo tipo de veículos”, explicou o ministro. “Devemos fazer com racionalidade a distribuição desses equipamentos, de acordo com as necessidades que temos, e vamos fazer isso com muito rigor, porque não se começa a construir a casa pelo telhado”.

Sem explicar como é que essa estratégia será enquadrada no orçamento do Ministério da Administração Interna (que, segundo divulgou hoje o semanário Expresso, terá sido isentado pelo Governo “dos cortes previstos para todos os ministérios'), Miguel Macedo garantiu apenas que o Governo quer “que o país continue a ser seguro em todas as suas vertentes”.

“Isso é estratégico”, def endeu o governante. “Um destino seguro potencia economicamente uma área tão sensível para Portugal como é a do turismo e queremos que as pessoas e as empresas do país possam desenvolver a sua atividade em segurança”.

“Essa matéria é mais importante sobretudo para quem tem menos posses e possibilidades económicas”, continou, “porque essas pessoas ficam num ambiente de insegurança, mais desprotegidas e vulneráveis.”

Miguel Macedo deixou, contudo, o aviso: “Evidentemente, não esperem do Governo outra coisa que não seja, neste momento de grande dificuldade do país, que haja uma correspondência orçamental a esta prioridade politica”.

Quanto às medidas previstas no âmbito dessa estratégia, adia a sua divulgação para depois de terminada a época de incêndios. “Em tempo de guerra não se limpam armas”, justificou. “A guerra [dos incêndios] está a correr bem até este momento, mas ainda não terminou e até meados de outubro os riscos são acrescidos”

Por enquanto, a preocupação de Miguel Macedo é que “todo o dispositivo da Proteção Civil atue bem e a tempo, para minimizar o impacto e os prejuízos dos incêndios”. Mas o ministro admite que tem dialogado com as estruturas de segurança e adianta: “Na altura certa, tomaremos as decisões que, do nosso ponto de vista, se impõem”.

Fonte: Correio do Minho