segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bragança: ACES-Nordeste detecta 17 casos de violência sobre grávidas desde 2009

O agressor é tipicamente companheiro e pai da criança e, em mais de metade dos casos, dependente de álcool ou outras substâncias. O questionário aplicado às grávidas nos centros de saúde do Nordeste chegou a estar previsto ser alargado a todo o país, o que acabou por não se concretizar.

5,6 por cento das mulheres grávidas rastreadas nos centros de saúde do distrito de Bragança foram vítimas de violência doméstica durante a gravidez. De um universo de 305 mulheres 17 acabaram por ser referenciadas como vítimas, segundo dados recolhidos desde 2009 no âmbito de um rastreio desenvolvido pelo ACES-Nordeste.

Os dados foram apresentados por António Salema, um dos responsáveis do projecto, durante um seminário sobre violência doméstica, na ESTIG, em Bragança. O estudo desenvolvido nos centros de saúde não tem ainda validade científica, mas teve por objectivo sensibilizar os profissionais de saúde para a abordagem do problema:

“Este estudo [foi feito] inicialmente para a criação de uma ferramenta [que facilitasse] falar sobre o assunto. Este estudo serviu para sensibilizar os profissionais de saúde e deixar de ter medo de, na consulta, falar sobre violência doméstica”.

António Salema, psicólogo do projecto, refere que, durante os 36 meses desta fase do projecto, conheceram situações extremas:

“Podem ocorrer traumatismos cranioencefálicos onde exista a morte fetal e isso é provocado por espancamento, com pontapés, e isso aconteceu em histórias que nós fomos ouvindo ao longo destes 36 meses”.

Fonte: RBA