sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Protecção Civil com investimentos inúteis

O Presidente do CDS-PP/Açores, denunciou, os mais recentes investimentos do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, afirmando serem “perfeitamente desnecessários, inúteis e representam um verdadeiro insulto aos açorianos”.

O presidente do CDS-PP/Açores, Artur Lima, denunciou hoje, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, alguns dos mais recentes investimentos do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, “na ordem dos 200 mil euros”, afirmando serem “perfeitamente desnecessários, inúteis e representam um verdadeiro insulto aos Açorianos”.
Em causa, estão ajustes directos do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) que significam, nos actuais tempos de crise e austeridade, “esbanjamento de dinheiros públicos em faustosos investimentos”, como por exemplo sítios na internet, conteúdos teatrais, exposições itinerantes, livros ou património histórico do serviço, entregues a empresas “queridas de alguns dirigentes socialistas”.
O líder parlamentar democrata cristão põe em causa três questões: a forma de adjudicação dos serviços, o facto de “dois terços” dos cerca de 200 mil euros serem atribuídos à empresa BIZEX e o tempo em que os ajustes directos foram feitos.
“Numa altura de crise estes investimentos são fundamentais? Não se poderia esperar por melhores tempos e oportunidades?”, questionou, desafiando ainda os órgãos de comunicação social a “fazer alguma investigação sobre esta empresa BIZEX”.
“Os tempos são de crise. Pedem-se sucessivamente às famílias e às empresas para fazerem sacrifícios em nome da consolidação das dívidas públicas. Neste sentido, os primeiros a dar o exemplo devem ser os organismos públicos, sejam os governamentais, como os por si tutelados.
Recentemente, o SRPCBA adjudicou, por ajuste directo, investimentos a rondar os 200 mil euros (40 mil contos) que não servem absolutamente para nada e são verdadeiramente escandalosos”, frisou.
Artur Lima exemplificou: “a Protecção Civil acaba de adjudicar dois investimentos, na ordem dos 121 mil euros, imagine-se, para a concepção do design gráfico de uma exposição itinerante e kit’s de segurança para distribuir nas escolas, assim como para a concepção da arquitectura de uma exposição sobre protecção civil para as escolas da Região. À mesma empresa a Protecção Civil adjudicou também um trabalho de concepção de conteúdos artísticos para produção de animação teatral nas escolas da Região e para a concepção de conteúdos com interesse pedagógico e científico para constarem de uma exposição sobre o tema, igualmente para percorrer as escolas das ilhas”.
Mais três casos: “Por outro lado, o SRPCBA acaba de adjudicar um serviço de 40 mil euros para a concepção da arquitectura de um sítio na internet. Igualmente grave são outros dois ajustes directos, um, para a visualização e tratamento de todo o arquivo áudio e vídeo da Protecção Civil para organização do património histórico e, outro, para a redacção de um livro sobre o actual SRPCBA (23 mil euros no total) ”.
O Líder Parlamentar popular salientou, no entanto, o facto de, “destes ajustes directos, mais de dois terços serem única e exclusivamente para uma empresa que se chama BIZEX. Pelos vistos uma empresa muito querida de alguns dirigentes socialistas”.
O líder do CDS/PP afirma que “o que está em causa é o ajuste directo. Vamos pedir cópias de todos os ajustes directos. Existem vários jovens com cursos multimédia, formados nas nossas escolas profissionais, com os quais contactei, e que fariam estes serviços por um terço ou por um quinto dos preços. Fiz contactos com grupos de teatro da Região, teatro amador, que bem precisam de receitas para sobreviverem, e que faziam estes serviços por um décimo do preço”.
Acrescentou ainda que “existe outra agravante: tem-se dinheiro para estes investimentos, mas não há dinheiro para apoiar as corporações de bombeiros, em particular, as secções que existem em algumas freguesias, para, nomeadamente, contratar mais um, dois ou três bombeiros para estas corporações”.
“Desprezam-se as companhias de teatro amador, desprezam-se os nossos jovens formados e desprezam-se as corporações de bombeiros, preferindo-se esbanjar dinheiro nestas coisas perfeitamente exotéricas nos tempos que correm”, criticou.

Fonte: JornalDiario