terça-feira, 29 de novembro de 2011

"Não houve nem há seriedade neste processo”

Mesmo que a Assembleia Geral Extraordinária da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Entroncamento, marcada para segunda feira, dia 5, no Pavilhão Municipal, não destitua os Corpos Sociais, João Lérias e Filipe Boavida colocarão os lugares à disposição.

O anúncio foi feito em conferência de imprensa dos Corpos Socias da Associação, realizada ao final da tarde desta segunda feira, para divulgação do comunicado a ser distribuído a todos os associados.

No comunicado os Corpos Sociais, “lamentam profundamente, a situação em que alguns bombeiros e associados colocaram esta associação, pois eleitos há menos de um ano, nada nem ninguém nos levaria a crer que passado tão pouco tempo em relação à tomada de posse, estivéssemos numa situação de impasse, a aguardar uma assembleia geral de destituição de todos os corpos sociais”.

A direcção da AHBVE relembrou “com satisfação a aprovação do projecto de reabilitação do quartel, que a direcção anterior também sob a presidência de Filipe Rato apresentou, ser aprovado, o que significa um apoio por parte do QREN de 70% do custo total da obra que orça cerca de 400.000,00 €”, assim como o projecto de aquisição de um veículo moderno urbano de combate a incêndios “VUCI”.

O desconhecimento do projecto de reabilitação do quartel, por parte de elementos do corpo de bombeiros, como foi manifestado na última assembleia, foi apontado como exemplo de falta de comunicação do comandante João Pombo e o corpo de bombeiros, “ainda por cima quando as obras projectadas visam o conforto dos operacionais”, como afirmaram Filipe Boavida e João Lérias, justificando a sua decisão de não continuarem na direcção qualquer que seja a decisão da assembleia geral.

“É por isso verdadeiramente incompreensível a posição de alguns elementos deste corpo de bombeiros voluntários, que sem razão aparente, deixaram de prestar o seu trabalho voluntário, apresentando a sua passagem ao quadro de reserva, causando com essa atitude um verdadeiro problema de operacionalidade, unicamente ultrapassado com recurso aos serviços de corporações de bombeiros vizinhas, o que leva a custos avultados, gastos esses que não estavam previstos e orçamentados”, lê-se no comunicado.

Filipe Rato, afirmou que não apresentaria a sua demissão caso a assembleia não aprove a destituição dos corpos sociais por “espírito de missão”, reconhecendo alguma “embirração com a história dos lençóis, mas que foi que foi resolvida com o diálogo”.

O presidente da direcção acusa o comandante João Pombo de falta de comunicação: ”Ele vem ao quartel duas ou três vezes por semana à noite e ao sábado todo o dia, eu estou todos os dias úteis durante o dia, pelo que raramente nos encontramos”.

Filipe Rato informou que enviou ao comandante operacional do Distrito de Santarém o pedido de “instrução de processo disciplinar ao Comandante dos Bombeiros Voluntários de Santarém, bem como requeremos no mesmo processo, uma averiguação por comissão especial da Autoridade Nacional da Proteção Civil, dos factos, origens e consequências nele retratados”.

João Lérias considerou ainda que foram “falsas questões e questões simples, como o caso dos lençóis, que levaram a esta situação e que já estão resolvidas”, por outro lado salientou que, “ninguém esquece que esta é uma associação humanitária, mas a gestão tem de ser empresarial”. A quebra das receitas com a diminuição dos serviços prestados, motivou a “necessidade de ajustar os custos às receitas que entretanto tinham diminuído”, sublinhou Filipe Rato.

A terminar os corpos sociais da AHBVE, apelam no comunicado, “a todos os associados para estarem presentes na assembleia proposta para dia 5 de dezembro que se realizará no auditório do pavilhão desportivo municipal pelas 20h30. E com a sinceridade de quem está unicamente a trabalhar e nada, mas nada tem a esconder ou a recear, fazemos um forte apelo a uma grande mobilização de associados, para que no local próprio possam questionar o nosso trabalho, as contas e as finanças da associação, os projectos e os objectivos, e em consciência possam decidir sobre o futuro da associação, porque é com os olhos postos no futuro e em novos horizontes que queremos construir este caminho!”

Fonte: EOL