sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Aterrar héli do INEM no Douro custa cinco mil euros por mês


O Centro Hospitalar do Porto vai pagar à empresa privada Douro Azul cinco mil euros por mês para o helicóptero do INEM poder aterrar na plataforma de Massarelos. A estrutura já serve aquele propósito desde o dia 12, mas ontem, quinta-feira, foi oficialmente inaugurada.

O acordo entre o Centro Hospitalar do Porto e a empresa de Mário Ferreira, que explora os circuitos turísticos de helicóptero, estabelece que a unidade de saúde começa a pagar agora cinco mil euros por mês pela utilização do heliporto da marginal do Douro.

Foi também o Centro Hospitalar do Porto que pagou a obra, de cerca de 100 mil euros, para adaptar a plataforma da Douro Azul às necessidades da Emergência Médica. A empreitada consistiu na construção de uma rampa de acesso para as ambulâncias.

O Hospital de Santo António sempre lutou por um heliporto e a solução encontrada, assegurou ao JN fonte hospitalar, saiu mais barata do que a alternativa anterior - que veio a verificar-se inviável - de adaptar o heliporto construído no cimo do edifício mais recente do hospital.

O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) chumbou aquele estrutura por falta de condições de segurança. Em causa, estavam os ventos laterais e o perigo das pás do héli colidirem com uma chaminé de aquecimento. Se fosse licenciável, tal obra custaria o equivalente a dez anos de rendas à Douro Azul, sublinhou a mesma fonte.

A parceria permite ganhar entre 15 a 20 minutos no transporte de doentes para a urgência do Hospital de Santo António. "É uma mais valia poder aterrar a dois ou três minutos do Santo António", salientou Luís Meira, director regional do Norte do INEM, frisando que aquela unidade de saúde recebe três em cada cinco doentes helitransportados para os hospitais do Porto.

Como noticiou o JN, a obra de adaptação do heliporto de Massarelos ficou pronta em Maio, mas só no passado dia 12, já com a nova direcção do INEM, foi dada luz verde para os hélis de emergência médica usarem a plataforma do Douro. "Foi facílimo de resolver. Bastaram dois telefonemas", referiu Miguel Soares de Oliveira, presidente do INEM.

Manuel Pizarro, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, aproveitou a deixa para dar o recado à antiga direcção. "Houve quem o fizesse simples e quem não o fizesse simples", referiu.

O governante elogiou também a atitude do empresário Mário Ferreira - "há uns que dizem que não custa nada ajudar, mas não ajudam - e a perseverança do Centro Hospitalar do Porto para tornar a nova base possível.

Fonte: JN