quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nem um desempregado foi visto na vigilância e prevenção dos fogos


A ideia de colocar pessoas desempregadas ou beneficiárias do Rendimento Social de Inserção na vigilância das florestas não passou este Verão do papel.

O protocolo, assinado entre os Ministérios do Trabalho, da Agricultura e da Administração Interna, previa o recrutamento, junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), de mil trabalhadores a quem a entidade patronal pagaria 20 por cento sobre o valor do Rendimento Social de Inserção ou do subsídio do desemprego.

Contudo, agora que termina a fase “Charlie” de combate a incêndios, Jaime Soares, o autarca com o pelouro da Protecção Civil na Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), garante que tudo «não passou do papel».

«Não apareceu no terreno ninguém, nem a vigiar nem a limpar (...) Como fazemos parte dos PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa), pode ter havido algum acordo para que eles tivessem sido enviados para lá», disse.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) também não viu qualquer desempregado a vigiar as florestas e nem esperava outra coisa.

«O combate a incêndios florestais não é um tipo de actividade que possa ser desenvolvida» pela «mão-de-obra disponível», porque isso essa ideia «não resulta», opinou Duarte Caldeira.

«Não acreditando nessa medida, compreendemos que ela não tenha tido qualquer efeito neste Verão», rematou.

A TSF contactou o Ministério da Agricultura, que remeteu para o Ministério da Trabalho, que por sua vez remeteu para o Ministério da Administração Interna, até agora sem qualquer resposta.

Também contactado pela TSF, o IEFP remeteu para o Ministério da Administração Interna.

Este ano foi o pior dos últimos cinco relativamente à área consumida pelos incêndios florestais. Até Setembro, foram registadas 20 mil ocorrências, que somaram mais de 120 mil hectares de área devorada pelo fogo.

Fonte: TSF