quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frota dos Bombeiros movida a combustível mais ecológico


A frota de viaturas dos bombeiros voluntários de Vila de Conde é, desde meados deste ano, movida a biodiesel, um combustível mais ecológico e económico, que substitui o gasóleo tradicional.

A medida foi tomada após o contacto com a empresa BioErgos, uma firma especializada em valorização de resíduos, sedeada em Beiriz, na Póvoa de Varzim, e gerida por três jovens empreendedoras naturais de Vila do Conde.

A BioErgos aponta a sua actividade para a produção e venda de biodiesel, criando este combustível através da reciclagem de óleos alimentares, provenientes de consumidores domésticos e de empresa de restauração.

As três jovens empreendedoras: Madga Reina, Vera Reina e Carla Barros, formaram a companhia em 2009, através de uma bolsa dada pelo Instituto Português da Juventude e, desde Junho deste ano estão em actividade, após terem conseguido o financiamento do QREN, num projecto avaliado em 200 mil euros, que teve um apoio estatal de 75 por cento do total elegível.

A BioErgos está licenciada também para abastecer consumidores particulares assim como empresas, vendendo, neste momento, cada litro de biodiesel a 0,90 euros, sensivelmente 20 cêntimos mais barato que o gasóleo tradicional.

Segundo as responsáveis da empresa, o biodiesel disponibilizado tem aplicação em qualquer motor de automóvel que utilize gasóleo como combustível, assim como em outras máquinas, nomeadamente caldeiras de aquecimento domésticas e empresariais.
As empresárias garantem que a utilização deste combustível é totalmente segura e não causa danos nos motores, assegurando, também, um estudo e acompanhamento a cada consumidor que decida usar o seu biodiesel.

"Todos os automóveis com motores a gasóleo poderão usar biodiesel, ainda assim, fazemos o acompanhamento do processo, implementando uma fase de habituação do motor ao biodiesel, com introdução gradual deste combustível, e depois com a monitorização do rendimento dos veículos", explicou Carla Barros, sócia da empresa.
Como vantagem para utilização do biodiesel, a empresária apontou, desde logo, "as questões económicas, dado o preço mais reduzido deste combustível", mas lembrou também que "o biodiesel sendo, um combustível de origem vegetal e não fóssil, é uma fonte de energia mais limpa que o gasóleo tradicional, reduzindo a emissão de gases para atmosfera, nomeadamente CO2, em cerca de 50 por cento".

A BioErgos aceita, nas suas instalações, entregas, gratuitas, de óleos alimentares, de domésticos ou da restauração, para posterior valorização, tendo também um protocolo firmado com uma empresa de recolha deste óleo que representa o grosso abastecimento do funcionamento da empresa.

A parceira com os Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, surgiu após contactos com a corporação, que, entretanto, se encarregou de angariar fornecedores de óleos usados no concelho, que depois são recolhidos pela empresa, e que consoante a volumetria conseguida permite um desconto proporcional no abastecimento dos veículos dos bombeiros, que são também alvo de um acompanhamento por parte da empresa.

Carla Barros garantiu que a utilização deste tipo de combustível representa "o futuro em termos energéticos, até porque já uma norma europeia que obriga todo o gasóleo tradicional vendido a ter uma incorporação mínima de 6 por cento de Biodiesel". A empresária mostrou-se feliz "por estar ultrapassado o mito antigo de que o biodiesel entope os motores e que estraga os carros".

A BioErgos é uma das 26 empresas do país licenciadas para desenvolver a sua actividade nesta área, e está apta para receber nas suas instalações, na Rua do Moinhos, na zona industrial em Beiriz, dentro do horário laboral semanal, qualquer cliente particular que pretenda abastecer-se com biodiesel. Quem são as empresárias Magda Reina, licenciada em microbiologia e faz consultadoria na área alimentar. Vera Reina, licenciada na área da computação Carla Barros, licenciada em engenharia do ambiente Biodisel Este produto reciclado pode ser utilizado em viaturas, mas também em caldeiras, corta-relvas, aparelhos utilizados na construção civil, transportadoras, entre outros equipamentos

Fonte: Expresso