quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Centro de saúde sem médicos obriga criança a percorrer 45 quilómetros para ser atendida

Em Freixo de Espada à Cinta, o centro de saúde esteve na manhã de terça-feira sem médicos.Uma criança de sete anos, com espasmos na bexiga devido a uma contracção muscular, foi obrigada a deslocar-se a Mogadouro para ser atendida.Dos dois médicos existentes no centro, nenhum se encontrava ao serviço. “A informação que me deram foi que a menina não podia ser atendida porque na altura o centro de saúde estava desprovido de qualquer atendimento médico por afazeres dois médicos de serviço” explica o pai da criança, João Paulo Castanho. “A única alternativa que se apresentava era dirigir-me a Mogadouro o que acabei por fazer” acrescenta. “A justificação que me deram foi que um deles tinha sido canalizado para uma formação já há muito tempo e o outro teve afazeres no tribunal de Moncorvo” refere.Um dos médicos está ausente durante toda a semana para uma formação e a outra, que é a directora da unidade, estava notificada para comparecer no tribunal de Moncorvo nessa manhã para uma perícia médico-legal.João Paulo Castanho mostra-se revoltado com a situação.“Não se compreende como é que sabendo atempadamente que havia dois médicos que não poderiam prestar serviço no centro de saúde como é que administração não foi capaz de salvaguardar esta ausência” refere, salientando que “é inadmissível que a única unidade de saúde que tem como função e dever prestar serviços básicos de saúde à população não o pôde fazer porque não houve a devida precaução para proteger a população”. O pai da criança já pediu explicações ao ACES Nordeste.O director executivo diz que se tratou de uma infeliz coincidência e que não havia possibilidade de fazer deslocar para Freixo outro médico.“Quando o utente se dirigir ao centro de saúde coincidiu com o espaço de tempo em que o médico estava ausente no tribunal e por isso foi impossível dar uma resposta clínica que se encontrou no centro ed saúde mais próximo que era Mogadouro” afirma Vítor Alves, acrescentado que “o número de médicos na área territorial do ACES não é grande e é quase impossível fazer a substituição por algumas horas de um médico em Freixo porque não há médicos nas proximidades que possam corresponder à solicitação do ACES”.
De recordar que uma situação semelhante já se tinha verificado em Outubro no centro de saúde de Alfândega da Fé e que deixou indignada a própria autarca local.

Fonte: Brigantia