segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desvio de Verbas na Protecção Civil


Gil Martins está sob investigação da IGAI, que suspeita do desvio de cem mil euros.

A Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAI) instaurou um processo disciplinar ao comandante operacional nacional do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS), Gil Martins, por suspeita de desvio de verbas. Em causa estão 100 mil euros que, em vez de serem usados no pagamento de turnos de funcionários em 2007 e 2008, terão servido para comprar LCD, pneus de automóveis, estadas em hotéis, telemóveis, computadores e até uma consola Nintendo, noticiou o semanário Expresso.

O responsável nacional pelo CNOS, antiga Autoridade Nacional de Protecção Civil, não comenta e diz que vai esperar até que a acusação seja formalizada. O processo foi instruído pela inspectora Cláudia Porto que detectou que os mapas mensais de pessoal e escalas para garantir o funcionamento da sala de operações não correspondiam à verdade. Existiam pessoas a mais que as que compareciam e o dinheiro suplementar recebido serviu para outros fins.

No entanto, um responsável da Protecção Civil afirmou ao DN que em todo o País os comandantes distritais da Protecção Civil dispõem de um "saco azul" que é "gerenciado com os remanescentes das escalas do dispositivo de combate aos fogos florestais". Uma prática, portanto, "normal", sendo "milhares de euros que são canalizados para uma corporação de bombeiros, através de um protocolo de cooperação técnica operacional, que depois são usados em várias despesas". Quando falta um elemento "nas equipas de combate a fogos e não é substituído são 42 euros diários que acabam por reverter para o saco azul", disse.

Fonte: DN


O Correio da Manhã Acrescenta:

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Apesar do excesso de nomes nos documentos, que acabavam por não trabalhar na sala do Comando Nacional da Protecção Civil, estes acabavam por ser entregues no departamento financeiro da Protecção Civil. O valor pago relativamente aos operacionais excedentários não era entregue directamente ao Dispositivo Especial de Combate aos Incêndio Florestais, mas sim a uma associação de bombeiros em Barcarena, através de protocolo. Gil Martins receberia outra parte.

MOTORISTA RECEBIA DINHEIRO
Segundo a investigação interna, a verba que era paga a mais pela contabilidade passava, em parte, devido a um protocolo, pela Associação Humanitária de Bombeiros Progresso Barcarense. A outra parte ia parar à conta de um motorista do Comando Nacional, que levantaria a verba e a entregaria a Gil Martins.
Na associação de bombeiros, o dinheiro era movimentado e justificado com facturas atribuídas, ao que tudo indica, a bens de consumo pessoal: refeições, estadas em hotéis, telemóveis, computadores, televisores LCD, pneus para carros e até consolas de videojogos. Esta investigação interna terá começado depois de ter sido detectado um esquema idêntico na área de Évora.

Fonte:Correio da Manhã