sábado, 27 de novembro de 2010

Unidade de Patologia envolta em polémica

A Comissão de Saúde da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros está descontente com a situação que afecta o laboratório de análises clínicas do Hospital de Macedo de Cavaleiros. Sem análises não há cirurgias e a urgência fica afectada, tendo havido inclusive o transporte de doentes para Bragança, apenas para retirar sangue para análise, quando anteriormente o faziam em Macedo.

José Madalena, presidente da comissão, garante que não há médico que arrisque fazer uma operação sem um laboratório a funcionar.

“Ficou extremamente preocupada e revoltada com esta situação porque, efectivamente, o funcionamento da Unidade de Patologia Clínica afecta transversalmente todas as valências do hospital, em particular a cirurgia e urgência. Já na semana passada não houve cirurgias ortopédicas porque nenhum cirurgião arrisca fazer uma operação que vá para além do horário de funcionamento do próprio laboratório. Pode haver um sangramento, pode haver uma complicação pós-operatória e é necessário o apoio da unidade de patologia clínica.”

José Madalena contraria as declarações de Vitor Alves, do ACES Nordeste, e afirma que nos casos mais complicados é impossível analisar o sangue na própria urgência.

“A própria urgência tem necessidade dessa unidade. Qualquer situação que requeira análises mais complexas não pode ser feita no local e tem que ser requerido, por exemplo, a Mirandela. Tem que ir um TAXI com colheitas de sangue para fazer essa análise. Significa que, na prática, qualquer situação mais complexa que seja encaminhada para Macedo de Cavaleiros é de imediato reenviada para outra unidade. Para nós isto é um golpe profundo na unidade de Macedo de Cavaleiros e, naturalmente vamos contestar com todos os meios essa decisão do Conselho de Administração”.

O responsável pela comissão de saúde dá ainda o exemplo daquilo que na sua opinião são os verdadeiros custos do hospital.

“O facto de não se terem realizado cirurgias na semana passada teve custos para o doente, para o contribuinte, porque efectivamente os cirurgiões estiveram lá mas não operaram. Isso sim são realmente . Não queremos que a poupança deva começar por aqui, por cortar um serviço essencial”.

A comissão de saúde de Macedo quer reunir com o ACES Nordeste e com o Centro Hospitalar e caso não consiga promete luta e mobilização de pessoas. Defende que as últimas medidas que têm afectado o hospital de Macedo, colocam doente a saúde no concelho.
Fonte: Rádio Onda Livre