segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Governo quer fazer mais e melhor com os mesmos meios no combate aos incêndios


O secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, disse hoje, em Vila Real, que o grande desafio para 2011 é conseguir fazer mais e melhor no combate aos incêndios com os mesmos meios.

"As despesas públicas estão sobre forte contenção, aquilo que acreditamos é que vamos ter sensivelmente os mesmos recursos que tivemos durante este ano e o desafio é conseguirmos fazer melhor com esses recursos", afirmou o governante à margem de uma reunião com os representes distritais da proteção civil.

Apesar disso, o responsável referiu a abertura de candidaturas, através das comissões de coordenação e desenvolvimento regional, para a substituição de viaturas dos bombeiros inoperacionais ou em falta.

Trata-se, segundo o secretário de estado, de um "dos grandes problemas que os corpos de bombeiros têm".

"Estamos a falar de investimentos que, em termos de financiamento comunitário rondarão os 20 milhões de euros o que, juntamente com a componente nacional, representará um investimento na ordem dos 26 milhões de euros", frisou.

Vasco Franco tem percorrido o país, numa iniciativa que termina terça feira, em Viseu, para agradecer pessoalmente todo o "esforço feito no terreno pelos operacionais que tiveram um trabalho extremamente duro, num ano que foi o segundo mais quente e seco desde 1931".

Mas, o responsável quer também começar já a preparar o próximo ano, isto porque considera que o "combate começa agora".

"Tudo o que for feito durante o inverno e primavera em matéria de prevenção estrutural e de limpeza da massa combustível acumulada nas florestas, de limpeza e abertura de caminhos, de construção e reparação de pontos de água, tudo isso contribuirá para que o trabalho dos bombeiros seja mais facilitado", salientou.

Porque a quase totalidade dos incêndios se deve à ação humana, negligente ou criminosa, Vasco Franco salientou a necessidade da sensibilização, o que diz que tem que ser feito com quem está no terreno, nomeadamente as autarquias.

Segundo o capitão Eduardo Lima, comandante do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), das 1400 ocorrências registados este ano no distrito de Vila Real, a GNR já investigou ou validou 1200.

Destes, acrescentou, 60 por cento tiveram origem em atos negligentes decorrentes da renovação de pastagens ou limpeza de solos agrícolas ou florestais, enquanto que 30 por cento foram provocados intencionalmente e 10 por cento resultaram de causas naturais ou desconhecidas.

Fonte: SIC