quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Estado quer ser exemplo na prevenção contra fogos florestais


A Autoridade Florestal Nacional (AFN) quer duplicar em 2011 a área de intervenção preventiva contra incêndios na floresta sob sua administração, numa ação que visa tornar-se exemplo para os privados, disse hoje o secretário de Estado do Desenvolvimento Florestal.
Rui Barreiro participou hoje na ação realizada na Mata Nacional do Escaroupim, concelho de Salvaterra de Magos, no âmbito das Jornadas de Gestão Florestal, que decorreram à tarde neste espaço e, de manhã, na Mata Nacional do Valado (Nazaré).
"Queremos dar a conhecer o trabalho que está a ser feito pelos sapadores florestais em todo o país e ser exemplo para os privados", disse, adiantando que as jornadas se vão realizar também nas regiões Norte e Centro do país.
Segundo o presidente da AFN, Amândio Torres, até ao final do ano serão investidos mais de 700 000 euros em operações de silvicultura preventiva com o objetivo de reduzir a ocorrência de fogos florestais.
O Estado é detentor de cerca de 100 000 hectares de floresta, apenas 3 por cento da floresta nacional, que abrange uma área de 3 milhões de hectares, frisou o secretário de Estado.
Rui Barreiro disse esperar que, em breve, haja um milhão de hectares de floresta inseridos nas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), que têm vindo a permitir criar regras de gestão, sobretudo nas zonas do país em que a propriedade é muito fragmentada.
Esse número corresponderá ao dobro do que tinha sido colocado como objetivo até 2012, adiantou.
"A única forma da pequena propriedade fazer este trabalho (de prevenção dos fogos) é através das ZIF", que são geridas por organizações de produtores florestais e contam com incentivos e apoios para a sua ação, sublinhou.
O secretário de Estado adiantou que o decreto-lei que regula as ZIF está em revisão, procurando tornar ainda mais atrativo para os proprietários a adesão a estas estruturas de gestão da floresta.
Segundo o responsável, os sapadores florestais, que na sua maioria têm por entidades patronais organizações de produtores florestais, são pagos em 50 por cento pelo Estado, para prestarem serviço público como o que hoje foi mostrado.
O desbaste e limpeza das matas, com o subsequente aproveitamento do chamado "combustível" resultante dessa ação para produção de aglomerados de madeira ou de biomassa, está a ser feito com verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), afirmou.
Rui Barreiro frisou que o programa com os sapadores florestais tem permitido a criação de postos de trabalho especializados em zonas com dificuldade de criação de emprego.
Como objetivo para 2011 está também a certificação do sistema de gestão sustentável.
Fonte: MLL/Lusa BP