terça-feira, 14 de dezembro de 2010

População de Tomar critica actuação de Protecção Civil após tornado

Vários populares criticaram na segunda-feira a actuação da Protecção Civil de Tomar após o tornado que atingiu há uma semana o concelho, numa reunião que juntou diversas autoridades em Venda Nova, a localidade que teve mais prejuízos, noticia a Lusa.

À agência Lusa, o vereador da Câmara de Tomar com o pelouro da Protecção Civil, Luís Ferreira, reafirmou, no entanto, que foram activados para os quatro concelhos mais afectados do distrito de Santarém «bombeiros, GNR, juntas de freguesia e assistentes sociais», logo na primeira noite.
«Nos dias seguintes, outros meios de apoio, como voluntários e equipamentos pesados, foram para os locais», explicou, declarando que «os meios não puderam estar em todo o lado ao mesmo tempo, o que acontece neste como em todos os cenários de catástrofe».

Na associação cultural de Venda Nova, onde decorreu a reunião promovida pela autarquia de Tomar e pelo Governo Civil de Santarém, diversos moradores, sobretudo do lugar de Pesqueira, expressaram indignação pela ausência de apoio após o tornado, reclamando também ajuda para a recuperação das casas.

«Houve algumas manifestações de desagrado como as coisas foram conduzidas», reconheceu à Lusa o chefe de gabinete da governadora Civil de Santarém, Carlos Catalão, explicando que os danos em Tomar apresentaram «uma extensão de 20 quilómetros» pelo que «não foi possível chegar a todo o lado em simultâneo».

«Primeiro auxílio está concluído»

Carlos Catalão assegurou que, «neste momento, o primeiro auxílio está concluído», considerando que «agora há que passar para a fase de reconstrução», mas também de «confiança e esperança no futuro».

O responsável adiantou que a reunião com a população, na qual houve pessoas que «transpareceram muita dor, muita frustração», era necessária para esclarecer o que está ao seu alcance para recuperar as habitações.

Segundo o chefe de gabinete, haverá situações em que as pessoas terão capacidade para recuperar as suas casas, pelo que a «preocupação vai para aquelas que não têm rendimentos e que ficaram sem nada».

«Vamos tentar arranjar soluções», prometeu, considerando que «o Estado tem de assumir as suas responsabilidades e ajudar os mais desfavorecidos».

No encontro, os moradores, que elogiaram o trabalho da GNR, foram informados dos apoios que o Governo anunciou e das diligências que estão a ser desenvolvidas para as concretizar.

Carlos Catalão acrescentou que vai levar «o apelo das pessoas» para a reunião da próxima terça-feira com o ministro da Administração Interna e o secretário de Estado da Administração Interna, na qual se vai «tentar articular uma estratégia para ajudar as pessoas, com a brevidade possível, para que a vida possa continuar».

Prejuízos de quase 10 milhões

Os prejuízos causados pelo tornado, que na terça-feira atingiu o concelho de Tomar, foram contabilizados em 9,4 milhões de euros.

As situações particulares, que dizem respeito a danos em habitações e viaturas, rondam os 6,5 milhões de euros, enquanto no âmbito empresarial a destruição causada pelo tornado está estimada em 1,65 milhões de euros.

Ao nível das estruturas municipais, o tornado provocou prejuízos que se cifram em 1,25 milhões de euros.

Venda Nova, na freguesia de Casais, e a Rua de Leiria, na freguesia de São João Batista, em Tomar, foram os lugares com mais danos, respectivamente 2,5 e 1,25 milhões de euros.

Cerca de 400 casas e mais de cem viaturas ficaram danificadas, de acordo com a Câmara Municipal de Tomar.

Fonte: IOL Diário