No dia 16 de agosto, visitei, com mais cinco parlamentares, a área ardida do Parque Nacional da Peneda-Gerês e reuni com as autoridades da proteção civil do distrito de Braga, círculo por onde me orgulho de ter sido eleito.
Dessa visita resultou claro que o país progrediu na sua estratégia de combate aos incêndios. Há aperfeiçoamentos a fazer, nomeadamente ao nível da logística, mas, atualmente, há mais meios e mais competências.
A maior parte dos incêndios, no distrito de Braga e no país, é extinta no decurso da primeira intervenção. Tal evidencia que a primeira intervenção concentra, quase sempre, meios eficazes para evitar a expansão do incêndio. Deixo uma palavra de apreço aos bombeiros.
Infelizmente, é muito significativo o número de incêndios florestais com início no período da noite. Período, durante o qual, sabe-se, os aviões e os helicópteros não podem voar. A este facto não pode deixar de ser associado um determinado planeamento e a consequente mão criminosa. No mesmo sentido, não deixa de aguçar as nossas curiosidades que os incêndios se concentrem a norte do Rio Mondego.
Até ao dia 15 de agosto e segundo os dados da Proteção Civil, cerca de 75% dos incêndios ocorreram em cinco distritos (Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Viseu). A conclusão é óbvia e conhecida: há interesses que se alimentam dos incêndios.
A mão criminosa não é a única causa dos incêndios florestais. A negligência humana faz-lhe companhia. Daqui resulta a necessidade absoluta do desenvolvimento de estratégias sustentáveis de prevenção.
Os incêndios sempre fizeram, e farão, parte da floresta. O fogo faz parte da natureza. O que é novo, nestas últimas três décadas, é a sua dimensão, bem como os elevados prejuízos e os custos daí decorrentes. O nosso maior desafio é, pois, o da prevenção dos incêndios.
Há largos anos, essa prevenção era, essencialmente, natural. Decorria da relação entre as pessoas e a floresta. Dessa relação resultava um benefício económico, em particular, com a sua limpeza. Hoje, a limpeza é muito cara e, aparentemente, não compensa. Por outro lado, não podemos ignorar que mais de dois terços das florestas pertencem a privados. Ora, estes factos apontam para a necessidade de a prevenção assentar em políticas públicas e num forte compromisso cívico de cada um de nós.
Portugal só tem a ganhar com a elaboração de estratégias de prevenção que valorizem a floresta e, sempre que possível, a associem a atividades económicas, desde a pastorícia, passando pela produção de energia, à qualidade ambiental e turismo da natureza, até ao aproveitamento da madeira para fins industriais adequados.
É evidente que uma estratégia de prevenção deve ser multifacetada e deve englobar ações de sensibilização, limpeza, vigilância humana e tecnológica, gestão e ordenamento do território. Há muitas e boas propostas já apresentadas e, algumas, em execução. Mas a rentabilidade da nossa floresta é essencial. Estou convicto de que só assim conseguiremos reduzir o número e a dimensão dos incêndios florestais, em Portugal.
António José Seguro (www.expresso.pt)
Dessa visita resultou claro que o país progrediu na sua estratégia de combate aos incêndios. Há aperfeiçoamentos a fazer, nomeadamente ao nível da logística, mas, atualmente, há mais meios e mais competências.
A maior parte dos incêndios, no distrito de Braga e no país, é extinta no decurso da primeira intervenção. Tal evidencia que a primeira intervenção concentra, quase sempre, meios eficazes para evitar a expansão do incêndio. Deixo uma palavra de apreço aos bombeiros.
Infelizmente, é muito significativo o número de incêndios florestais com início no período da noite. Período, durante o qual, sabe-se, os aviões e os helicópteros não podem voar. A este facto não pode deixar de ser associado um determinado planeamento e a consequente mão criminosa. No mesmo sentido, não deixa de aguçar as nossas curiosidades que os incêndios se concentrem a norte do Rio Mondego.
Até ao dia 15 de agosto e segundo os dados da Proteção Civil, cerca de 75% dos incêndios ocorreram em cinco distritos (Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Viseu). A conclusão é óbvia e conhecida: há interesses que se alimentam dos incêndios.
A mão criminosa não é a única causa dos incêndios florestais. A negligência humana faz-lhe companhia. Daqui resulta a necessidade absoluta do desenvolvimento de estratégias sustentáveis de prevenção.
Os incêndios sempre fizeram, e farão, parte da floresta. O fogo faz parte da natureza. O que é novo, nestas últimas três décadas, é a sua dimensão, bem como os elevados prejuízos e os custos daí decorrentes. O nosso maior desafio é, pois, o da prevenção dos incêndios.
Há largos anos, essa prevenção era, essencialmente, natural. Decorria da relação entre as pessoas e a floresta. Dessa relação resultava um benefício económico, em particular, com a sua limpeza. Hoje, a limpeza é muito cara e, aparentemente, não compensa. Por outro lado, não podemos ignorar que mais de dois terços das florestas pertencem a privados. Ora, estes factos apontam para a necessidade de a prevenção assentar em políticas públicas e num forte compromisso cívico de cada um de nós.
Portugal só tem a ganhar com a elaboração de estratégias de prevenção que valorizem a floresta e, sempre que possível, a associem a atividades económicas, desde a pastorícia, passando pela produção de energia, à qualidade ambiental e turismo da natureza, até ao aproveitamento da madeira para fins industriais adequados.
É evidente que uma estratégia de prevenção deve ser multifacetada e deve englobar ações de sensibilização, limpeza, vigilância humana e tecnológica, gestão e ordenamento do território. Há muitas e boas propostas já apresentadas e, algumas, em execução. Mas a rentabilidade da nossa floresta é essencial. Estou convicto de que só assim conseguiremos reduzir o número e a dimensão dos incêndios florestais, em Portugal.
António José Seguro (www.expresso.pt)