O presidente da câmara de S. Pedro do Sul fez hoje, quinta-feira, numa "avaliação positiva" da intervenção da Protecção Civil no combate aos incêndios do concelho, mas considera que a estrutura operacional ainda tem "algumas debilidades na gestão intermédia".
À Lusa, António Carlos Figueiredo (PSD) destacou uma "melhoria no aspeto operacional" relativamente a outros anos, com "mais meios para combate aos incêndios, muitos homens disponíveis e grande mobilidade entre corporações".
Por outro lado, "a cúpula da Protecção Civil tem pessoas competentes, mas depois há algumas debilidades na gestão intermédia".
"A 'máquina' cresceu muito, está dotada, mas depois na gestão intermédia há algumas debilidades, que agora com a experiência irão ser concerteza corrigidas", afirmou.
O autarca frisou que o ministro da Administração Interna, o secretário de Estado da Protecção Civil e o governador civil de Viseu "foram incansáveis em termos de fornecimento de meios".
"O que acontece é que muitas vezes faz-se a avaliação da distribuição dos meios mas a gestão intermédia tem algumas debilidades. Isso só se corrige com experiência e o contributo de todos", sublinhou, esclarecendo que não pretende com as suas palavras fazer uma crítica, mas sim dar o seu contributo.
Na opinião António Carlos Figueiredo, estas debilidades surgem "na ligação entre a parte superior de comando da Protecção Civil até às dezenas de viaturas que estão espalhadas no terreno".
"Deveria haver no terreno mais operacionais com poder de decisão no momento, mais autonomia nas chefias intermédias", acrescentou.
Já o vice-presidente da autarquia, Adriano Azevedo, alertou para a necessidade de uma reflexão sobre como deve ser a actuação dos meios que se deslocam de fora do concelho.
"Nestes casos os comandos, sejam nacionais, sejam distritais, devem coadjuvar-se pelo comandante da GNR local, pelas juntas de freguesia, pela Protecção Civil municipal, enfim, meia dúzia de pessoas que fossem dando pistas em termos do planeamento do combate ao incêndio, para que tudo fosse mais rápido e mais eficaz", explicou.
Isto porque, segundo Adriano Azevedo, quem não conhece o terreno, guia-se por mapas, que não permitem compreender, por exemplo, "se uma coluna de bombeiros ao entrar em determinado caminho tem saída ou largura suficiente para passar".
"São questões de pormenor, mas que podem decidir muitas vezes o incêndio. Porque o incêndio é extinto, ou não, às vezes numa questão de minutos", acrescentou.
Fonte: DN