Os bombeiros viram o menino de 8 anos morrer enquanto faziam o desencarceramento e ouviram o choro do irmão de 5 anos
Dois bombeiros da corporação dos voluntários de Oliveira dos Frades foram os primeiros a chegar ao carro deformado e calcinado onde estavam encarcerados dois meninos de oito e cinco anos e o pai deles, de 49, na A25.
O carro estava no palco do segundo acidente em cadeia, ocorrido às 16.06. "O carro estava de tal forma feito num monte de metal que nem conseguíamos perceber onde estava o miúdo de cinco anos. Só ouvíamos uma criança a chorar e nem sabíamos onde estava", recordou ao DN o bombeiro Pedro Daniel, de 28 anos, integrado nas equipas de intervenção permanente. O colega António Pereira, 37 anos, menos habituado do que Pedro à rotina trágica dos acidentes, ficou impressionado com a morte no local de João, o menino de oito anos, perante a impotência das equipas de socorro.
"A imagem das crianças ficou- -me nessa noite e no dia seguinte. Comentei com a minha mulher. Não é fácil", desabafou António Pereira. O colega Pedro, agora profissionalizado na equipa de intervenção permanente, adianta que "já não é a primeira criança" que vê morrer no local do acidente. Nem um nem outro pediram o apoio psicológico do INEM. "Os psicólogos do INEM estavam no cenário do outro acidente e não conseguiam chegar ao nosso. Mas acho que é um apoio importante e nem devia ser preciso os bombeiros pedirem", refere Pedro Daniel.
O comandante da corporação de Oliveira dos Frades, Fernando Farreca, confirmou que "nenhum" dos seus bombeiros pediu apoio. "Mas a Autoridade Nacional de Protecção Civil devia ter profissionais ao serviço dos bombeiros", sublinha.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro (FBDA) assume "não ser prática" e até "não se justificar" apoio psicológico a operacionais que estiveram envolvidos nos acidentes de Sever do Vouga, na A25, o maior sinistro automóvel ocorrido no País.
A "ajuda especializada" é importante, na sua opinião, nos "casos em que haja vítimas entre os próprios bombeiros". Paulo Teixeira, segundo-comandante dos bombeiros de Vouzela, uma das primeiras corporações a chegar aos acidentes da A25, assumiu que "pode ser útil" garantir em situações extremas, como aconteceu, "alguma ajuda". Normalmente, "é na conversa entre uns e outros no quartel", que se faz uma espécie de catarse. O INEM, se os bombeiros pedirem apoio psicológico, garante-o. Mas com dois psicólogos por delegação (Porto, Coimbra, Lisboa e Faro) não é fácil dar resposta.
Fonte: DN
Dois bombeiros da corporação dos voluntários de Oliveira dos Frades foram os primeiros a chegar ao carro deformado e calcinado onde estavam encarcerados dois meninos de oito e cinco anos e o pai deles, de 49, na A25.
O carro estava no palco do segundo acidente em cadeia, ocorrido às 16.06. "O carro estava de tal forma feito num monte de metal que nem conseguíamos perceber onde estava o miúdo de cinco anos. Só ouvíamos uma criança a chorar e nem sabíamos onde estava", recordou ao DN o bombeiro Pedro Daniel, de 28 anos, integrado nas equipas de intervenção permanente. O colega António Pereira, 37 anos, menos habituado do que Pedro à rotina trágica dos acidentes, ficou impressionado com a morte no local de João, o menino de oito anos, perante a impotência das equipas de socorro.
"A imagem das crianças ficou- -me nessa noite e no dia seguinte. Comentei com a minha mulher. Não é fácil", desabafou António Pereira. O colega Pedro, agora profissionalizado na equipa de intervenção permanente, adianta que "já não é a primeira criança" que vê morrer no local do acidente. Nem um nem outro pediram o apoio psicológico do INEM. "Os psicólogos do INEM estavam no cenário do outro acidente e não conseguiam chegar ao nosso. Mas acho que é um apoio importante e nem devia ser preciso os bombeiros pedirem", refere Pedro Daniel.
O comandante da corporação de Oliveira dos Frades, Fernando Farreca, confirmou que "nenhum" dos seus bombeiros pediu apoio. "Mas a Autoridade Nacional de Protecção Civil devia ter profissionais ao serviço dos bombeiros", sublinha.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro (FBDA) assume "não ser prática" e até "não se justificar" apoio psicológico a operacionais que estiveram envolvidos nos acidentes de Sever do Vouga, na A25, o maior sinistro automóvel ocorrido no País.
A "ajuda especializada" é importante, na sua opinião, nos "casos em que haja vítimas entre os próprios bombeiros". Paulo Teixeira, segundo-comandante dos bombeiros de Vouzela, uma das primeiras corporações a chegar aos acidentes da A25, assumiu que "pode ser útil" garantir em situações extremas, como aconteceu, "alguma ajuda". Normalmente, "é na conversa entre uns e outros no quartel", que se faz uma espécie de catarse. O INEM, se os bombeiros pedirem apoio psicológico, garante-o. Mas com dois psicólogos por delegação (Porto, Coimbra, Lisboa e Faro) não é fácil dar resposta.
Fonte: DN