quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fogos de Julho causaram 50 mil toneladas de CO2

Emissões foram mais significativas durante a última semana do mês de Julho

Os incêndios florestais ocorridos durante o mês de Julho contribuíram com a emissão de 49 607 toneladas de carbono. Os dados são do Instituto de Meteorologia (IM) e resultam da monitorização diária efectuada durante o último mês. Valores que serão bem mais elevados em Agosto, com o aumento da área ardida em Portugal.
Segundo dados do relatório de Risco Meteorológico de Incêndio de Julho, "a quantidade acumulada de carbono libertado para a atmosfera no mês de Julho foi cerca de 49 607 toneladas". Isto num mês em que dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN) apontam para uma área ardida de 18 769 hectares. Cerca de 88% das emissões foram registadas na última semana de Julho.
Xavier Viegas, docente da Universidade de Coimbra e investigador na área dos incêndios florestais, sublinha que "os fogos contribuem de forma importante para as emissões de carbono". E recorda que os valores "devem aumentar em Agosto, devido ao aumento da área ardida". É que segundo os dados provisórios da AFN, só na primeira quinzena do mês arderam 49 386 hectares.
A Quercus estranha os valores e aponta para outros bem mais elevados. "Já fizemos as contas e os resultados apontam para valores de uma ordem de grandeza bem maior", assegura Francisco Ferreira, remetendo mais explicações para o relatório sobre incêndios florestais e emissões de carbono que hoje será divulgado.
A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, anunciou que, com a colaboração do Destacamento de Gouveia da GNR, "identificou e deteve um homem pela presumível autoria de um crime de incêndio florestal, praticado ontem [segunda-feira], na freguesia de Ribamondego, concelho de Gouveia". Com esta detenção aumenta para 28 o número de incendiários florestais detidos pela PJ durante este Verão.
Segundo a PJ, este fogo "consumiu uma área com cerca de 1500 metros quadrados, composta por mato, vinha e olival, tendo colocado em perigo bens de elevado valor". E frisa que o fogo só não assumiu "maiores proporções devido à pronta intervenção de populares e dos bombeiros, que nas operações de combate tiveram a ajuda de meios aéreos". O detido, sem profissão conhecida e de 59 anos, foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção adequadas, as quais se desconheciam aquando do fecho desta edição.

Fonte: DN