Um ano após a publicação do diploma sobre a disponibilização de desfibrilhadores automáticos externos em espaços públicos, o INEM licenciou cinco programas, a que correspondem 15 aparelhos, mas algumas entidades consideram o processo excessivamente burocrático.
Excluídos estão os desfibrilhadores automáticos externos (DAE) operados por médicos, pois o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) apenas contabiliza os que estão ao abrigo dos programas que licencia (e que são manobrados por leigos com formação facultada pelo INEM ou por uma entidade formativa que ele tenha acreditado).
Do total de aparelhos, dez estão em Guimarães, dois em Lagoa e os restantes no Porto, Lisboa e Setúbal.
Em Guimarães, no âmbito do programa de desfibrilhação automática externa dos Rotários locais, "estão colocados na central de camionagem, em viaturas da polícia municipal, no pavilhão desportivo do Vitória de Guimarães. Há também um aparelho no Instituto Superior de Engenharia do Porto e dois na Fatasul, um recinto de feiras e exposições muito movimentado, em Lagoa", revelou o presidente do INEM, Abílio Gomes.
"Até agora não foi reportado nenhum caso de utilização destes desfibrilhadores", acrescentou.
Quatro novos programas de DAE, relativos aos centros comerciais Dolce Vita de Vila Real, Ovar, Porto e Coimbra, serão licenciados em breve, mas a Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME) considera que a burocracia do processo é"um entrave à colocação maciça de DAE no terreno". "Existe uma grande apetência para a actividade comercial nesta área: surgem várias empresas a oferecer produtos de formação e acreditação", indicou Vítor Almeida, presidente da APME, para quem "a prioridade devia ser facilitar a colocação de DAE em espaços públicos sem ter de passar por estes negócios". Também Nelson Pereira, do Conselho Português de Ressuscitação (CPR), entende que a colocação de DAE em espaços públicos "tem mais a ver com pressões comerciais para a venda dos aparelhos do que com a preocupação de que haja uma resposta organizativa eficaz", incluindo a formação das pessoas em DAE e em suporte básico de vida.
"A Cruz Vermelha já forma todos os novos profissionais na desfibrilhação automática externa e existe um manancial de pessoas devidamente preparadas que só estão à espera de autorização para poder fazer este tipo de serviço", assinalou Vítor Almeida, numa crítica acentuada por Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros.
"Sem o reconhecimento do INEM, entidades como a Escola Nacional de Bombeiros não podem disseminar a formação neste domínio", afirmou Duarte Caldeira à Lusa, lamentando ainda que, "embora esteja tudo pronto, haja legislação de suporte e consenso relativamente à utilização destes equipamentos por agentes de socorro como os bombeiros, o processo de certificação para essa utilização está incompreensivelmente atrasado".
Abílio Gomes contrapõe: "Estão acreditadas quatro entidades formativas" - Intelligent Life Solutions, Med First, Emerg e Blue Ocean Medical - e "nada faz pensar que não vamos ter, a curto prazo, uma situação que permita que a Escola Nacional de Bombeiros comece a dar formação em DAE acreditada pelo INEM", sendo "desejável que assim aconteça, pois daí depende também a sustentabilidade do sistema integrado de emergência médica".
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.)
Excluídos estão os desfibrilhadores automáticos externos (DAE) operados por médicos, pois o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) apenas contabiliza os que estão ao abrigo dos programas que licencia (e que são manobrados por leigos com formação facultada pelo INEM ou por uma entidade formativa que ele tenha acreditado).
Do total de aparelhos, dez estão em Guimarães, dois em Lagoa e os restantes no Porto, Lisboa e Setúbal.
Em Guimarães, no âmbito do programa de desfibrilhação automática externa dos Rotários locais, "estão colocados na central de camionagem, em viaturas da polícia municipal, no pavilhão desportivo do Vitória de Guimarães. Há também um aparelho no Instituto Superior de Engenharia do Porto e dois na Fatasul, um recinto de feiras e exposições muito movimentado, em Lagoa", revelou o presidente do INEM, Abílio Gomes.
"Até agora não foi reportado nenhum caso de utilização destes desfibrilhadores", acrescentou.
Quatro novos programas de DAE, relativos aos centros comerciais Dolce Vita de Vila Real, Ovar, Porto e Coimbra, serão licenciados em breve, mas a Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME) considera que a burocracia do processo é"um entrave à colocação maciça de DAE no terreno". "Existe uma grande apetência para a actividade comercial nesta área: surgem várias empresas a oferecer produtos de formação e acreditação", indicou Vítor Almeida, presidente da APME, para quem "a prioridade devia ser facilitar a colocação de DAE em espaços públicos sem ter de passar por estes negócios". Também Nelson Pereira, do Conselho Português de Ressuscitação (CPR), entende que a colocação de DAE em espaços públicos "tem mais a ver com pressões comerciais para a venda dos aparelhos do que com a preocupação de que haja uma resposta organizativa eficaz", incluindo a formação das pessoas em DAE e em suporte básico de vida.
"A Cruz Vermelha já forma todos os novos profissionais na desfibrilhação automática externa e existe um manancial de pessoas devidamente preparadas que só estão à espera de autorização para poder fazer este tipo de serviço", assinalou Vítor Almeida, numa crítica acentuada por Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros.
"Sem o reconhecimento do INEM, entidades como a Escola Nacional de Bombeiros não podem disseminar a formação neste domínio", afirmou Duarte Caldeira à Lusa, lamentando ainda que, "embora esteja tudo pronto, haja legislação de suporte e consenso relativamente à utilização destes equipamentos por agentes de socorro como os bombeiros, o processo de certificação para essa utilização está incompreensivelmente atrasado".
Abílio Gomes contrapõe: "Estão acreditadas quatro entidades formativas" - Intelligent Life Solutions, Med First, Emerg e Blue Ocean Medical - e "nada faz pensar que não vamos ter, a curto prazo, uma situação que permita que a Escola Nacional de Bombeiros comece a dar formação em DAE acreditada pelo INEM", sendo "desejável que assim aconteça, pois daí depende também a sustentabilidade do sistema integrado de emergência médica".
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.)
Fonte SIC