quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bombeira de Lourosa morreu cercada pelas chamas em Gondomar


Uma bombeira, de 21 anos, morreu e mais cinco ficaram feridos, um deles com queimaduras graves, no combate a um incêndio em Lomba, Gondomar. A vítima mortal pertencia aos bombeiros de Lourosa, Santa Maria da Feira.
Pouco passaria das três da tarde, no alto do Monte da Meda, Lomba, distrito de Gondomar, quando, depois de conseguirem salvar uma casa do fogo, os bombeiros de Lourosa foram surpreendidos pelas chamas. Tinham passado uma encosta vizinha e, sem perder tempo, atacaram essa nova frente. Mas uma mudança repentina de vento virou o fogo, cercando o grupo de bombeiros.
Cristiana Josefa Santos foi a única dos seis que não conseguiu passar a linha das chamas. Os companheiros, feridos e impotentes, ainda ouviram os seus gritos, mas nada puderam fazer para evitar a sua morte.
Diamantino Teixeira Sá, de 53 anos, foi transportado para o Centro Hospitalar de Gaia e, segundo fonte do INEM, estava em "estado muito grave" , com queimaduras em 70% do corpo. Os restantes quatro bombeiros sofreram ferimentos leves e foram socorridos no local.
Pouco depois do acidente, o comandante dos Bombeiros de Lourosa, José Oliveira, ainda a pedir desculpa por "não conseguir falar", desabafava: "Não sei se vale a pena continuar quando as condições se viram contra nós". "É tragédia bastante, e não se aceita que estes assassinos levem assim uma vida humana, uma pessoa que não parava. Em memória dela não sairemos daqui até que este fogo esteja controlado". Situação que só aconteceu pelas 19 horas, pouco depois de ter sido retirado do local o corpo da bombeira falecida. A combater o fogo na Monte de Meda estiveram 59 elementos, 16 viaturas e três helicópteros.
Depois da morte de um bombeiro de Alcobaça, anteontem, e de um outro de Cabo Ruivo, no passado dia 1, Josefa tornou-se na terceira baixa mortal nesta época de combate aos incêndios.
Todavia, esta é a primeira baixa em consequência directa das chamas de um incêndio florestal desde 2005. As duas outras mortes deste ano, bem como as 11 ocorridas nos três anos anteriores, deram-se em acidentes de viação ou em incêndios industriais e urbanos.



Fonte: JN