O coração urbano de Vila Nova de Gaia, onde vivem cerca de 100 mil pessoas, é a área de actuação da Associação Humanitária dos Bombeiros de Coimbrões - uma grande designação que quer simplesmente dizer que são voluntários.
No dia em que recebeu a visita do JN, o comandante da corporação, Manuel Martins da Silva, assistia, embevecido, à formatura de pequeninos bombeiros. Dali sairão, se tudo correr bem, mulheres e homens para continuar a missão.
"Há sempre uma maioria que fica", assinala o presidente da Associação Humanitária, Fernando Aguiar. E dizer "mulheres e homens" é justo - 70% dos novos formandos são raparigas.
A corporação está equipada para combater fogos urbanos, mas também fogos florestais e fazer salvamentos marítimos e de grande ângulo, entre outros.
"Estamos aptos a trabalhar em todas as áreas e temos sempre equipas em formação", assinala o comandante. Têm, por exemplo, uma equipa integrada no dispositivo de combate aos fogos florestais e albergam um barco do Instituto de Socorros a Náufragos.
No activo, há mergulhadores e 11 bombeiros treinados para salvamento de grande ângulo, orientado para o resgate de vítimas de zonas confinadas, grandes alturas (pontes ou poços) e ainda com cordas.
O centro histórico de Gaia é a área mais sensível e os Voluntários equiparam-se a pensar nos constrangimentos. Têm três veículos urbanos de combate a incêndios e um veículo urbano de combate a fogos, que serve também para zonas florestais.
No miolo antigo de Gaia, "há zonas em que não entram carros grandes", sublinha o comandante. "Fazemos o trabalho de casa, fazemos simulações, mas tenho algum receio que haja ali alguma situação pior", desabafa, salientando que "a Câmara tem feito um trabalho excelente" na prevenção de sinistros.
No parque de viaturas, que se estende de uma ponta à outra do comprido quartel, construído de raiz há 15 anos, há também um veículo de transporte de doentes mais pequeno. Há ainda viaturas para vários tipos de socorro, incluindo uma ambulância do INEM. Coimbrões transporta para fisioterapia cerca de 150 doentes por dia e, no ano passado, houve mais de 40 mil serviços de transporte.
Há ainda uma viatura de desencarceramento e três soberbos carros antigos dos primeiros tempos da associação. Fazem falta à corporação uma viatura de combate a fogos florestais e uma auto-escada. Custa 600 mil euros e está fora do alcance financeiro dos Voluntários.
Fonte: JN