Devido ao elevado número de incêndios, os bombeiros não conseguem concluir com sucesso a fase de rescaldo, admitiu a Protecção Civil. «Se tivermos 500 incêndios, não fazemos rescaldos perfeitos», afirmou o Comandante Operacional Nacional da Protecção Civil.
Durante uma conferência de imprensa na noite de domingo, Gil Martins assumiu a incapacidade dos bombeiros de assegurarem que os fogos não voltam a reacender-se, uma vez que são logo chamados para combater outro incêndio e «muito do perímetro não é rescaldado, porque nem sequer lá se consegue chegar, nem com pessoal apeado».
«É evidente que, se tivermos um incêndio, fazemos, com certeza, um rescaldo perfeito», continuou, assumindo que, com o número de incêndios que lavram actualmente em Portugal, tal tarefa torna-se impossível. O responsável acrescentou ainda que o número de fogos nas últimas três semanas tem sido, em média, de 380 fogos por dia, um valor que ultrapassa o registado no quente Verão de 2003.
«Não podemos continuar a ter este número de ocorrências diárias», declarou o responsável, apontando que o problema é «o número de ignições». A solução, defendeu, está na economia do mundo rural, porque, para não se ter uma terra queimada, não se pode ter uma política de terra abandonada.
Fonte: Diário Digital
